Rio de Janeiro, 23 de Dezembro de 2024

Três países da União Europeia reconhecem Estado Palestino

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Quarta, 22 de Maio de 2024 às 10:32, por: CdB

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que a medida tem como objetivo acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra de Israel contra o Hamas, em Gaza.

Por Redação, com Reuters – de Madri

Irlanda, Espanha e Noruega anunciaram nesta quarta-feira que reconhecerão um Estado palestino na próxima terça, dizendo que esperam que outros países ocidentais sigam o exemplo. O posicionamento político levou Israel a retirar seus embaixadores nestes países.

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Irlanda, Espanha e Noruega anunciaram que reconhecerão um Estado palestino

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que a medida tem como objetivo acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra de Israel contra o Hamas, em Gaza.

– Esperamos que nosso reconhecimento e nossas razões contribuam para que outros países ocidentais sigam esse caminho, porque quanto mais formos, mais força teremos para impor um cessar-fogo, para conseguir a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas e para relançar o processo político que pode levar a um acordo de paz – disse ele em um discurso na câmara baixa do país.

Israel iniciou sua guerra em Gaza em retaliação a um ataque perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro, que matou 1,2 mil pessoas e fez mais de 250 reféns, de acordo com os cálculos israelenses. As operações de Israel no enclave já mataram mais de 35 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

A Espanha e seus aliados passaram meses fazendo lobby junto às nações europeias, incluindo França, Portugal, Bélgica e Eslovênia, para obter apoio ao reconhecimento de um Estado palestino.

– Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha estão anunciando que reconhecem o Estado da Palestina – disse o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, em uma coletiva de imprensa em Dublin.

– Cada um de nós agora tomará as medidas nacionais necessárias para dar efeito a essa decisão.

Harris acrescentou que a Irlanda é inequívoca no reconhecimento total de Israel e de seu direito de existir “com segurança e em paz com seus vizinhos”, e pediu que todos os reféns em Gaza sejam imediatamente devolvidos.

Em Oslo, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, disse que a única alternativa para uma solução política entre israelenses e palestinos é “dois Estados vivendo lado a lado em paz e segurança”.

Chamada de embaixadores

Em resposta aos anúncios, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, ordenou o retorno imediato dos embaixadores israelenses nos três países envolvidos para consultas e alertou sobre outras “graves consequências”.

– Estou enviando uma mensagem clara hoje: Israel não será complacente com aqueles que minam sua soberania e colocam em risco sua segurança – disse ele.

Na diplomacia, quando um país convoca de volta seu representante em outra nação é um sinal de que as relações entre os dois países foram seriamente afetadas.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que também repreenderia os embaixadores da Irlanda, Espanha e Noruega em solo israelense e mostraria a eles um vídeo de mulheres reféns mantidas em cativeiro pelo Hamas.

Israel argumenta que a única maneira de obter a condição de Estado palestino é por meio de negociações e que contornar esse processo daria ao Hamas e a outros grupos militantes um incentivo para usar a violência.

Cerca de 144 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas já adotaram essa medida, incluindo a maioria dos países do sul global, Rússia, China e Índia, mas apenas alguns dos 27 membros da União Europeia o fizeram até agora, sendo a Suécia a primeira em 2014. O Reino Unido e a Austrália indicaram nos últimos meses que poderiam seguir o exemplo em breve.

Os palestinos buscam a condição de Estado na Cisjordânia ocupada por Israel e na Faixa de Gaza, tendo Jerusalém Oriental como capital.

O aliado mais fiel de Israel, os Estados Unidos, vetou no mês passado uma tentativa de reconhecimento pelas Nações Unidas de um Estado palestino, argumentando que uma solução de dois Estados só pode vir de negociações diretas entre as partes.

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