Stiglitz participou, na véspera, do seminário ‘Tributação e Desigualdades do Sul Global: Diálogos sobre Justiça Fiscal’, organizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e pela Oxfam Brasil. Segundo Stiglitz, a tributação dos super-ricos é importante para financiar a redistribuição de renda.
Por Redação - de Brasília
A taxação de super-ricos no Brasil ganhou um apoio de peso internacional. Segundo o economista e Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia (OH-EUA), em visita a Brasília, a cobrança precisa ser feita com urgência, para reduzir as desigualdades.
Stiglitz participou, na véspera, do seminário ‘Tributação e Desigualdades do Sul Global: Diálogos sobre Justiça Fiscal’, organizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e pela Oxfam Brasil. Segundo Stiglitz, a tributação dos super-ricos é importante para financiar a redistribuição de renda. Para ele, as democracias só podem se desenvolver plenamente num cenário de justiça econômica e social, com uma taxação compulsória das camadas mais favorecidas.
— É essencial que os governos tenham recursos adequados, mas infelizmente o senso de comunidade não é forte o suficiente para que os cidadãos com mais recursos os deem de bom grado para a sociedade. Em nenhum lugar do mundo os super-ricos darão metade dos seus rendimentos porque querem uma sociedade mais justa, então é preciso que haja impostos — justificou.
Transição
O economista destacou, ainda, que há super-ricos que reconhecem e criticam os privilégios tributários, “mas só aceitam pagar os impostos se todo os outros também pagarem”.
Além de taxar a renda dos super-ricos, continuou Stiglitz, o Brasil precisa de uma reforma tributária que reduza a tributação sobre o consumo. Além da redistribuição de renda, o economista diz que a reforma é importante para uma transição à produção de energia renovável com o desenvolvimento sustentável.