Com uma faixa de chuva e vento de 1,6 mil quilômetros de largura, o tufão se aproximou do Pacífico e ameaça cobrir dois terços do arquipélago, enquanto a população ainda lida com a devastação causada pelo tufão Kalmaegi.
Por Redação, com Reuters – de Pandan, Filipinas
O supertufão Fung-wong, o maior a ameaçar às Filipinas este ano, começou a atingir a costa nordeste do país neste domingo, forçando mais de um milhão de pessoas a deixar regiões de alto risco – incluindo Bicol, região costeira vulnerável a ciclones e fluxos de lama do Mayon, um dos vulcões mais ativos do país -por recomendação da Defesa Civil.
Com uma faixa de chuva e vento de 1,6 mil quilômetros de largura, o tufão se aproximou do Pacífico e ameaça cobrir dois terços do arquipélago, enquanto a população ainda lida com a devastação causada pelo tufão Kalmaegi, que deixou ao menos 224 mortos na última terça-feira.
O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., declarou estado de emergência devido à extensa devastação causada pelo Kalmaegi e à calamidade esperada com a chegada de Fung-wong. Com a aproximação do tufão, diversas regiões do leste do país ficaram sem energia elétrica.
Ventos
O Fung-wong foi avistado por meteorologistas na manhã deste domingo, sobre as águas costeiras perto da cidade de Pandan, na província de Catanduanes, no leste do país; segundo especialistas, o tufão tem ventos de até 185 km/h e rajadas de até 230 km/h.
A previsão é de que ele se dirija para noroeste e atinja a costa da província de Aurora ou Isabela no fim do dia ou no início de segunda-feira, segundo informações dos meteorologistas. Ciclones tropicais com ventos sustentados de 185 km/h ou mais são classificados nas Filipinas como supertufões, uma designação adotada para enfatizar a urgência associada a distúrbios climáticos mais extremos.
— A chuva e o vento estavam tão fortes que a visibilidade era quase nula — descreveu Roberto Monterola, oficial de mitigação de desastres de Catanduanes, à agência norte-americana de notícias Associated Press. Segundo ele, ainda não há relatos de vítimas.
Assistência
As Filipinas ainda não haviam solicitado ajuda internacional após a devastação causada pelo tufão Kalmaegi, mas os Estados Unidos, aliado de longa data do país, e o Japão estavam prontos para prestar assistência.
As autoridades das províncias do norte, que seriam atingidas lateralmente pelo tufão, decretaram o fechamento de escolas e da maioria dos órgãos governamentais nas segunda e terça-feiras. Aos 325 voos domésticos e 61 internacionais foram cancelados e mais de 6,6 mil passageiros e trabalhadores de carga ficaram retidos em mais de 100 embarcações, onde a guarda costeira proibiu a navegação em mar agitado.
As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano. O país também sofre com terremotos e possui mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que o torna um dos países mais propensos a desastres naturais, em todo o planeta.
