Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

STF julga matéria que atinge a liberdade da imprensa brasileira

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Quarta, 29 de Novembro de 2023 às 19:16, por: CdB

Nove instituições, entre elas a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras, afirmam que há risco de "verdadeira e indesejável autocensura" nos veículos de comunicação brasileiros, a depender da decisão dos ministros.


Por Redação - de Brasília

Na agenda do Supremo Tribunal Federal (STF) para esta semana consta o julgamento que definirá uma tese relacionada à liberdade de expressão e de imprensa no país, que tem provocado manifestações negativas junto às instituições que defendem as duas causas. O julgamento, pautado para começar nesta quarta-feira, decidirá em que situações um veículo de mídia poderá ser condenado a pagar por danos morais quando um entrevistado imputa, de forma falsa, a prática de um ato ilícito a uma terceira pessoa.

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Nova legislação coloca em risco a liberdade de imprensa, no Brasil


Nove instituições, entre elas a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras, afirmam que há risco de "verdadeira e indesejável autocensura" nos veículos de comunicação brasileiros, a depender da decisão dos ministros. É possível que o desfecho fique para a próxima semana.

O caso concreto que deu origem a essa ação já foi julgado em sessão do Plenário virtual (no qual os votos são publicados em um sistema eletrônico da corte) que começou em 2020 e, devido a interrupções, encerrou-se apenas em agosto deste ano.

 

Atentado


Esse caso concreto é um pedido de indenização contra o jornal Diário de Pernambuco por uma entrevista publicada em 1995. O STF manteve por 9 votos a 2 uma condenação do Superior Tribunal e Justiça (STJ) contra o veículo. O processo que chegou ao Supremo trata da disputa do ex-deputado Ricardo Zarattini Filho, que já morreu, contra o Diário de Pernambuco.

O ex-parlamentar foi à Justiça contra o jornal devido a uma entrevista na qual o delegado Wandenkolk Wanderley, também já falecido, dizia que Zarattini tinha participado do atentado a bomba no Aeroporto dos Guararapes, do Recife, em 1966. A defesa de Zarattini sustentou que a informação não é verdadeira, que ele não foi indiciado ou acusado pela sua prática e que não foi concedido espaço para que ele exercesse seu direito de resposta.

O ex-deputado foi derrotado no Tribunal de Justiça de Pernambuco, mas ganhou o processo no STJ, com indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil. O jornal recorreu ao Supremo. A defesa do Diário de Pernambuco afirmou que a decisão do STJ contraria a liberdade de imprensa e que a condenação se deu pela mera publicação da entrevista, sem qualquer juízo de valor.

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