Este foi o primeiro pronunciamento do general Tomás Paiva, em público, desde que assumiu o comando do Exército, em 21 de janeiro, em meio à crise gerada após a tentativa frustrada de um golpe de Estado, patrocinado por setores das Forças Armadas e em pronunciamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por Redação, com ACSs - de Brasília
Na comemoração ao Dia do Exército, nesta quarta-feira, o comandante da Força, general Tomás Paiva, leu discurso ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que prega o respeito às instituições e o apartidarismo como bases de um "Exército moderno".
— Em um mundo cada vez mais complexo, é preciso olhar os exemplos dos heróis de Guararapes e do Duque de Caxias, a fim de encontrar os melhores caminhos para o cumprimento de nossa missão. Esses caminhos, balizados pelo respeito à população, às instituições e, sobretudo, à Constituição, exigem um Exército moderno, com capacidade dissuasória, profissionalismo e aptidão para ajudar ainda mais o Brasil nos desafios vindouros — leu o general.
Prontidão
O discurso foi publicado na ordem do dia, encaminhada internamente a todos os mais de 200 mil militares e declamado nos batalhões durante o dia.
— O Exército imortal de Caxias, Instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história [...] Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania — acrescentou o comandante.
Este foi o primeiro pronunciamento do general Tomás Paiva, em público, desde que assumiu o comando do Exército, em 21 de janeiro, em meio à crise gerada após a tentativa frustrada de um golpe de Estado, patrocinado por setores das Forças Armadas e em pronunciamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Simbiose
A ordem do dia segue as diretrizes estabelecidas pelo comandante, em documento interno do Exército, no qual afirma que o Exército deveria reforçar sua imagem apartidária e apolítica em suas comunicações.
O movimento ocorre após as Forças Armadas participarem do governo do ex-presidente Bolsonaro e, numa espécie de simbiose, passarem por um processo de politização, com elementos fardados no governo e a influência do Planalto nas decisões do Alto Comando das Forças Armadas.