De acordo com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Alexandre Conceição, o acordo fisiológico do governo com o 'Centrão' também visa a garantir blindagem ao governo contra os crimes cometidos durante a pandemia.
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro comemorou as vitórias de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para os comandos da Câmara e do Senado. A expectativa do empresariado é que o alinhamento desses poderes possibilite mais uma rodada de retirada de direitos trabalhistas no Congresso. Uma das medidas que deve voltar à discussão é a nova e famigerada “carteira verde e amarela“, uma forma de contrato precário que beneficia com isenções fiscais os empregadores.
— Outras violações dos direitos dos trabalhadores vão vir. E têm chance de serem aprovadas. São vários projetos, como a ampliação do trabalho intermitente, essa carteira verde e amarela do Guedes, que é um horror. Um abuso contra a classe trabalhadora — afirmou a cientista política Roseli Coelho à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Roseli afirmou, além disso, que Bolsonaro cogitou governar sem o Parlamento. Mas o apoio a Lira e Pacheco, com a liberação de cargos e R$ 3 bilhões em emendas, demonstram uma guinada.
— Viu que era impossível, porque o Parlamento, de modo geral, é o universo nele mesmo. São interesses específicos — afirmou.
Democracia
Da mesma forma, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) disse que o governo jogou “pesadíssimo” para fazer os seus candidatos.
— Isso demonstra o interesse direto do presidente Bolsonaro nessa eleição, com interesses específicos de proteger ele, sua família e seus aliados milicianos. Isso interferiu sim no voto e no resultado final — pontuou.
De acordo com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Alexandre Conceição, o acordo fisiológico do governo com o 'Centrão' também visa a garantir blindagem ao governo contra os crimes cometidos durante a pandemia.
— O povo brasileiro sai perdendo, a democracia sai perdendo. E cabe a nós, os movimentos sociais, fazer aquilo que estamos fazendo: alertar o povo e convocar para mobilizações — concluiu.