Além de Evaldo, outros quatro tiros foram disparados contra o catador de latinhas Luciano Macedo, de 27 anos, que estava de passagem pelo local e tentou socorrer o músico. Luciano morreu 11 dias depois no Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro
Há três anos, em uma tarde de domingo, Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, se deslocava para um chá de bebê de sua família, em Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro, quando seu carro foi alvo de 257 tiros de fuzil. Desses, 62 atingiram o veículo e nove atingiram o músico que morreu na hora. No carro, ao lado do músico, estavam seu sogro, sua mulher, seu filho de sete anos e uma amiga da família. Além de Evaldo, outros quatro tiros foram disparados contra o catador de latinhas Luciano Macedo, de 27 anos, que estava de passagem pelo local e tentou socorrer o músico. Luciano morreu 11 dias depois no Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Os autores dos disparos foram oficiais do Exército. Apenas dois anos e meio após o crime, os 12 acusados pelas duas mortes foram julgados. No julgamento, ocorrido em outubro do ano passado, o Tribunal de Justiça Militar condenou oito dos 12 militares do Exército envolvidos pelas duas mortes. Foram distribuídas sentenças que variam de 28 a 31 anos de prisão. Quatro oficiais que não dispararam suas armas foram absolvidos. Os 12 foram inicialmente denunciados pelos crimes de homicídio qualificado (duas acusações, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão), uma tentativa de homicídio (dependendo da gravidade, pode chegar a pena semelhante) e por não terem prestado assistência (de um a seis meses ou multa). Segundo a denúncia do Ministério Público, "a ação injustificada dos militares, além de ter causado a morte de dois civis e atentar contra a vida de outro, expôs a perigo a população local de área densamente povoada". Os condenados foram: Fabio Henrique Souza Braz da Silva, Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, Ítalo da Silva Nunes Romualdo, João Lucas da Costa Gonçalo, Leonardo de Oliveira de Souza, Marlon Conceição da Silva e Matheus Santanna Claudino.