O caso deve ser registrado na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que investiga a morte de Durval. Luziane Teófilo prestou depoimento na semana passada e chegou a informar aos policiais sobre as ameaças.
Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro
A família de Durval Teófilo Filho, morto na porta de casa pelo vizinho sargento da Marinha no dia 2 deste mês, tiveram que sair de casa após sofrerem ameaças.
O advogado da família, Luiz Carlos Aguiar, disse que vai registrar as ameaças na delegacia e que vai pedir respostas sobre o crime às Forças Armadas.
O caso deve ser registrado na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que investiga a morte de Durval. Luziane Teófilo prestou depoimento na semana passada e chegou a informar aos policiais sobre as ameaças.
O advogado não especificou as ameaças, mas seriam ameaças veladas. A viúva teria ouvido de pessoas que moram no mesmo condomínio que não deveria ir à público lutar por justiça no caso e ajudar nas investigações.
O homicídio de Durval foi tipificado como culposo, quando não há intenção de matar, e depois como doloso, devido a um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
Protesto em São Gonçalo
Manifestantes se reuniram na manhã de sábado em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, para protestar por justiça no caso do assassinato de Durval Teófilo Filho, de 38 anos, que foi morto a tiros por um vizinho ao chegar no condomínio em que morava com a família, em 2 de fevereiro.
O ato contou a com a presença de familiares e amigos de Durval, que morava na cidade, a segunda mais populosa do estado do Rio de Janeiro. Os manifestantes levaram faixas e cartazes que pediam justiça e repudiavam o racismo e caminharam por ruas do centro da cidade fluminense. Muitos vestiram camisas com a foto de Durval, que era negro.
Entre as frases erguidas em protesto estavam pedidos de "Justiça para Durval!", "Somos todos Durval", "Basta de racismo", "Racismo mata!" e "Parem de nos matar!".
Os disparos que mataram Durval foram desferidos pelo sargento Aurélio Alves Bezerra, de 41 anos. Ele foi preso e alegou que confundiu o vizinho com um assaltante e atirou três vezes de dentro do seu automóvel. O caso chegou a ser registrado como homicídio culposo, sem a intenção de matar, mas o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pediu que o homicídio fosse considerado doloso, proposital, o que foi atendido pela Polícia Civil.
O caso foi remetido para a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, que possui atribuição para instaurar um Tribunal de Júri. Durval deixou a mulher Luziane Teófilo e uma filha de 6 anos.