Nos últimos instantes de 31 de dezembro, Nápoles transforma o antigo temor ao vulcão Vesúvio em uma explosão coletiva de luzes e cores, uma tradição que encontra uma grande afinidade com a virada de Ano Novo em Copacabana.
Por Redação, com ANSA – de Roma, Rio de Janeiro
A virada do ano em Nápoles, no sul da Itália, é o tema de uma exposição no Rio de Janeiro, que estará em cartaz no Polo Cultural ItalianoRio, situado na Casa d’Italia, entre 11 de dezembro e 7 de fevereiro. Mario Amura: Napoli Explosion. Fogos, Cores, Luzes traz 20 fotografias e um documentário de 18 minutos dedicados a um dos rituais mais sugestivos do Mediterrâneo.

Nos últimos instantes de 31 de dezembro, Nápoles transforma o antigo temor ao vulcão Vesúvio em uma explosão coletiva de luzes e cores, uma tradição que encontra uma grande afinidade com a virada de Ano Novo em Copacabana.
As obras de Amura não descrevem, elas evocam. Nuvens, criaturas e constelações parecem emergir da escuridão em uma metamorfose luminosa com um toque quase cósmico. A mostra destaca o diálogo ideal entre Nápoles e Rio, duas cidades distantes, mas unidas pela mesmo desejo de celebração, luz e participação popular.
– Vista de cima, a baía [de Nápoles] se transforma em um horizonte invertido – diz Amura, que documenta esse ritual coletivo há 13 anos, subindo o Monte Faito a cada 31 de dezembro para observar o lançamento de milhares de fogos de artifício.
O evento, patrocinado por diversas empresas italianas e internacionais através da Lei Brasileira de Incentivo à Cultura, integra o programa cultural 2025 do Polo ItaliaNoRio, uma iniciativa conjunta do Consulado Geral da Itália, do Instituto Italiano de Cultura e do Instituto Europeu de Design.
Nápoles
A mostra coincide com as comemorações dos 2,5 mil anos da fundação de Nápoles e oferece uma nova interpretação iconográfica do Vesúvio: não mais um símbolo de ameaça, mas uma presença silenciosa banhada pela luz das festividades.
Para Sylvain Bellenger, ex-diretor do Museu Capodimonte, “Napoli Explosion” é “um encontro singular entre fotografia, pintura e arte pirotécnica”. Uma criatividade colaborativa que, como destaca o historiador da arte Salvatore Settis, surge da participação simultânea e involuntária de milhares de cidadãos, criadores involuntários de uma única e grandiosa obra coletiva.
Com entrada gratuita, a exposição estará aberta de segunda a sexta, das 8h às 17h, e aos sábados, das 10h às 17h, na Casa d’Italia, no Centro do Rio de Janeiro.