Rio de Janeiro, 23 de Dezembro de 2024

Relatório da CGU aponta para corrupção pesada na Codevasf

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Quarta, 01 de Março de 2023 às 12:18, por: CdB

A empresa é responsável por obras hídricas no Nordeste e em áreas da região Norte e Sudeste. No governo anterior, ela foi entregue a lideranças do chamado ‘Centrão’ em troca de apoio no Congresso e é comandada pelo engenheiro Marcelo Andrade Moreira Pinto, desde 2019.


Por Redação - de Brasília

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado nesta quarta-feira aponta para a existência de graves irregularidades na gestão da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a CGU, a estatal acumulou irregularidades na execução de contratos de pavimentação, além de indícios de superfaturamento em licitações e maquiagem na prestação de contas entre 2019 e 2022.

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Marcelo Andrade Moreira Pinto preside a Codevasf desde 2019


A empresa é responsável por obras hídricas no Nordeste e em áreas da região Norte e Sudeste. No governo anterior, ela foi entregue a lideranças do chamado ‘Centrão’ em troca de apoio no Congresso e é comandada pelo engenheiro Marcelo Andrade Moreira Pinto, desde 2019.

Os contratos analisados pela CGU e publicados pela revista CartaCapital, que apura suspeitas de corrupção em obras de pavimentação nos últimos anos, foram firmados na Bahia, Sergipe e Amapá. Somados, chegam a cerca de R$ 100 milhões. “A maioria dos serviços foi prestada pela Engefort, a empreiteira maranhense que conquistou parte das licitações na gestão do ex-capitão”, revela a reportagem assinada pelo jornalista Wendal Carmo.

Inconsistente


A CGU encontrou, na Bahia, uma série de problemas em obras conduzidas pela Engefort nas cidades de Campo Formoso, Feira de Santana, Filadélfia, São Domingos e Senhor do Bonfim. Também concluiu que os serviços foram iniciados sem projeto prévio, não consideraram a necessidade de reparos anteriores à pavimentação e ainda aponta superfaturamento em R$ 1,2 milhão de reais no valor total do contrato celebrado em 2020 com a estatal.

Cidades sergipanas como Lagarto, Estância, Japaratuba, Itabaianinha, Tomar do Geru, Umbaúba e outras também apresentaram destruição, afundamento, desagregação de asfalto e calçamento, acúmulo de água, deformação, rachaduras e descolamentos nos pavimentos executados sob responsabilidade da Codevasf.

“Os problemas podem ter sido originados de falha de projeto e/ou execução dos serviços e que necessitam ser apurados com vistas à identificação de responsabilidade para a realização da correção/refazimento dos serviços”, afirmou a CGU, em nota.

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