De acordo com o texto do UOL, negado por Calheiros, a maior parte do material seria formada por anexos, “que incluem documentos do colegiado e os principais pontos dos depoimentos tomados até o momento. Já o resumo da atuação da CPI tem 400 páginas”.
Por Redação - de Brasília
Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) negou, nesta quinta-feira, que o texto-base do seu relatório esteja pronto e que tenha mais de mil páginas. Na abertura dos trabalhos da Comissão, Calheiros não assegurou que o relatório irá sugerir que as investigações continuem para além da CPI ou que haja indicações de inquéritos específicos sobre cada tema para serem abertos pelo Ministério Pública da União (MPU), conforme publicou o portal UOL, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) busca mais provas quanto ao envolvimento de Bolsonaro na disseminação da covid-19
— Essa matéria saiu do nada — afirmou Calheiros, referindo-se ao fato de que ninguém teve acesso a um documento “que, simplesmente, não existe”, acrescentou.
Gabinete
De acordo com o texto do UOL, negado por Calheiros, a maior parte do material seria formada por anexos, “que incluem documentos do colegiado e os principais pontos dos depoimentos tomados até o momento. Já o resumo da atuação da CPI tem 400 páginas”.
— Isso é fake news (notícia falsa) — acusou o senador Eduardo Girão (Podemos-AM).
Calheiros também disse que não há um foco ainda estabelecido em seu relatório, “pelo fato que o relatório não está pronto”. Mas a matéria do portal afirma que “um dos temas que é foco do relatório é o chamado ‘gabinete paralelo’. Nos capítulos relacionados ao suposto órgão estão a transcrição e links de vídeos, áudios, declarações e documentos que provariam a existência e atuação do gabinete”.
Relatório
Afirma, ainda, que quem fez oposição às decisões desse grupo saiu do Ministério da Saúde, citando os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Outro ex-ministro citado nesses capítulos é o general Eduardo Pazuello. O militar é colocado como uma pessoa que supostamente aceitou as intervenções do gabinete paralelo e que colocou em prática as orientações do grupo.
Embora Calheiros tenha negado a existência do relatório, um ponto pacífico é a que Pazuello responderá por crimes como charlatanismo e atuação contra a ordem sanitária.
Precisa
Nesta manhã, com o depoimento do empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos - envolvida no escândalo das vacinas indianas Covaxin - a CPI pouco avançou, uma vez que o depoente se recusou a responder a maioria das perguntas. Ainda nesta quinta-feira, no entanto, os senadores aprovaram a quebra de sigilo fiscal do advogado Frederick Wassef, que atua pela família Bolsonaro.
No pedido, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, afirmou que pretende saber se o advogado recebeu dinheiro da Precisa Medicamentos. A CPI quebrou, ainda, o sigilo fiscal de Thaís Amaral Moura, servidora da Secretaria de Governo tida como responsável por escrever requerimentos apresentados por senadores governistas na comissão. O líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), também teve seus sigilos quebrados.