O líder petista afirmou também que o local onde se pretende explorar petróleo, na bacia Foz do Amazonas, parte da margem equatorial, está a uma grande distância da região sensível ambientalmente e que, enquanto faz a transição energética, o Brasil precisa ganhar dinheiro com petróleo.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta terça-feira que reunirá o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente para chegar a um termo sobre a exploração de petróleo na chamada margem equatorial. Lula, em entrevista à rádio CBN, voltou a afirmar que o Brasil não desperdiçará a oportunidade de explorar petróleo na região.
O líder petista afirmou também que o local onde se pretende explorar petróleo, na bacia Foz do Amazonas, parte da margem equatorial, está a uma grande distância da região sensível ambientalmente e que, enquanto faz a transição energética, o Brasil precisa ganhar dinheiro com petróleo.
— Em algum momento, eu vou chamar o Ibama, a Petrobras e o Meio Ambiente na minha sala para tomar uma decisão. Esse país tem governo, e o governo reúne e decide. Se as pessoas podem ter posições técnicas, vamos debater tecnicamente. O que não dá é a gente dizer a priori que a gente não vai explorar uma riqueza que, se for verdade as previsões, é uma riqueza muito grande para o Brasil — afirmou.
Transição
Lula lembrou que Guiana e Suriname, países vizinhos do Brasil, estão explorando petróleo na região.
— É contraditório? É, porque nós estamos apostando muito na transição energética. Ora, mas enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo — acrescentou.
Localizada entre os litorais do Amapá e do Rio Grande do Norte, a margem equatorial é vista por especialistas como uma área de grande potencial para a exploração de petróleo. É também considerada uma região ambientalmente sensível, com grandes distâncias para percorrer até a costa em caso de acidentes.
Estudos
Em maio do ano passado, o Ibama recusou pedido de licença da Petrobras para realizar estudos visando possível exploração de petróleo no bloco 59 da bacia Foz do Amazonas. O local é próximo ao litoral do Amapá, parte da margem equatorial.
A negativa gerou uma divisão no governo e levou o líder do Executivo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), a desfiliar-se da Rede Sustentabilidade, partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Marina é favorável à decisão do Ibama, que aponta que a Petrobras não apresentou estudos que garantam a segurança ambiental das pesquisas exploratórias. Na outra ponta; além de Randolfe, outros membros do governo Lula, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apoiam a exploração daquelas jazidas.