Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

PSD tende a ‘engolir’ os tucanos e prevalecer como legenda em expansão

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Segunda, 06 de Janeiro de 2025 às 20:01, por: CdB

Na semana passada, logo após o Ano Novo, o presidente do PSDB paulista, Paulo Serra, ex-prefeito de Santo André, reuniu-se com Kassab para conversar sobre a possível fusão, nos próximos meses. Serra saiu do encontro mostrando-se animado com as negociações.

Por Redação – de Brasília e São Paulo

Em franco declínio, o PSDB avança nas tratativas para uma possível fusão com o PSD, presidido por Gilberto Kassab. A articulação ocorre após sucessivas derrotas eleitorais e a perda de quadros importantes, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, que migrou para o PSB em 2022.

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Gilberto Kassab foi ministro nos governos Lula, Dilma, Temer e, agora, integra o governo de Tarcísio Freitas

Na semana passada, logo após o Ano Novo, o presidente do PSDB paulista, Paulo Serra, ex-prefeito de Santo André, reuniu-se com Kassab para conversar sobre a possível fusão, nos próximos meses. Serra saiu do encontro mostrando-se animado com as negociações.

— Tivemos uma boa conversa e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando bastante — disse ele ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo.

O líder tucano também destacou que a união com outras legendas pode ser uma alternativa necessária.

— Nós precisamos crescer e a fusão, incorporação ou federação podem ser alternativas — acredita.

 

Declínio

Desde as últimas eleições presidenciais, em 2022, o PSDB enfrenta um grave processo de esvaziamento político. O partido não lançou candidato à Presidência naquele ano, decisão considerada um erro estratégico por líderes da legenda, como Marconi Perillo, ex-governador de Goiás.

Na última eleição municipal, sobretudo, os tucanos não elegeram vereadores em São Paulo e Belo Horizonte, os dois maiores colégios eleitorais do país. O partido também viu fracassar sua tentativa de aliança com o Cidadania, marcada por conflitos internos, e avalia ampliar a federação com o Solidariedade. Contudo, a fusão com o PSD desponta como o caminho mais sólido.

 

Ajustes

A fusão é vista como a única alternativa viável para o PSDB sobreviver à cláusula de barreira em 2026. Essa regra exige que os partidos obtenham um número mínimo de votos nas eleições para a Câmara dos Deputados, condição para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV.

O declínio tucano, que já foi um dos partidos mais influentes do Brasil, reflete mudanças no cenário político nacional. A fusão com o PSD, ou mesmo uma incorporação, pode representar um recomeço. Contudo, especialistas avaliam que o sucesso da estratégia depende de ajustes internos no PSDB e de uma plataforma que reconecte o partido aos seus eleitores.

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