Cidades de todas as regiões brasileiras registraram neste sábado protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor de causas como a aceleração do ritmo da vacinação, defesa do auxílio emergencial e valorização da educação e da saúde no país.
Por Redação, com DW - de Brasília
Cidades de todas as regiões brasileiras registraram neste sábado protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor de causas como a aceleração do ritmo da vacinação, defesa do auxílio emergencial e valorização da educação e da saúde no país. Até o final da manhã, manifestações ocorriam em 13 capitais e no Distrito Federal.
Também houve atos no exterior, em capitais europeias como Berlim, Londres, Paris, Lisboa e Bruxelas.
As manifestações foram convocadas por grupos de esquerda, como a Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo e o Povo na Rua. Os organizadores anunciaram que atos respeitariam o distanciamento e medidas sanitárias para evitar disseminação da covid-19.
No Recife, membros da Polícia Militar atiraram balas de borracha e gás lacrimogênio contra os ativistas.
Os manifestantes se reuniram na Praça do Derby, no centro da capital pernambucana, e seguiram em direção à Avenida Conde da Boa Vista. Por volta das 11h30, a manifestação chegou à Ponte Duarte Coelho, onde a Polícia Militar começou a dispersar os manifestantes.
Agressão a vereadora
Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram atiradas contra os ativistas. Vídeos mostram pessoas correndo após a chegada dos PMs e as bombas de gás sendo jogadas.
A vereadora do Recife Liana Cirne (PT), que participava do ato, divulgou nas redes sociais um vídeo que seria do momento em que foi atingida por spray de pimenta disparado por policiais.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse em vídeo que repudia "todo ato de violência de qualquer ordem ou origem" e que determinou "a imediata apuração de responsabilidades", além do afastamento do comandante da operação e dos envolvidos na agressão à vereadora, enquanto durarem as investigações.
Em Belo Horizonte, por volta das 9h, os manifestantes se concentraram na Praça da Liberdade e uma hora depois cerca de 5 mil pessoas, de acordo com a PM, caminharam em direção à Praça Sete. Conforme informações do portal UOL, o distanciamento social não foi respeitado.
Rio e Salvador
No Rio de Janeiro, duas pistas da avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, foram bloqueadas para o ato, que reuniu milhares de manifestantes. A concentração inicial foi na estátua do Zumbi de Palmares, na Praça Mauá. De lá, a passeata seguiu em direção à Candelária.
Entre gritos de ordem contra o governo Bolsonaro, críticas à política de imunização contra a covid-19 e exigências de vacinas, os manifestantes entraram pela Avenida Passos, passaram pela Praça Tiradentes e Rua da Carioca, voltando a se concentrar no Largo da Carioca. Depois, a marcha seguiu pela Avenida Rio Branco, indo até a Cinelândia.
Quase todos os manifestantes utilizaram máscaras. Também era possível ver pessoas usando e compartilhando álcool em gel. No entanto, a distância de segurança necessária à prevenção do coronavírus não foi respeitada, e ocorreram aglomerações, de acordo com o portal G1.
Em Salvador, a manifestação reuniu centenas no Largo de Campo Grande. Alguns usaram guarda-chuvas com sílabas da palavra genocida. Uma grande faixa puxa a caminhada com os dizeres: "vida, pão, vacina e educação". O corte de verba das universidades federais este ano também foi lembrado pelos manifestantes.
Capitais europeias e destaque na imprensa
Em Berlim, grupos se reuniram em frente à embaixada do Brasil e diante do Portão de Brandemburgo. Em Paris, o protesto ocorreu na Praça de la République. Em Londres, ativistas promoveram ato na Russell Square.
Os protestos também repercutiram na imprensa estrangeira, tendo sido destaque na versão online do jornal britânico The Guardian. "Dezenas de milhares de brasileiros marcham para reivindicar o impeachment de Bolsonaro, foi a manchete principal do site neste sábado. O artigo ressalta que os protestos foram motivados pela "resposta catastrófica à pandemia" do governo e que foram realizados "em mais de 200 cidades, configurando "a maior mobilização anti-Bolsonaro desde o início do surto de covid no Brasil".