Professores, estudantes e trabalhadores apoiam greve geral contra Bolsonaro
Para além da suspensão de verba anunciada por Arnaldo Barbosa Lima Júnior, secretário de Educação da pasta, de acordo com as categorias, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) promove uma perseguição ideológica contra disciplinas das ciências humanas.
Para além da suspensão de verba anunciada por Arnaldo Barbosa Lima Júnior, secretário de Educação da pasta, de acordo com as categorias, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) promove uma perseguição ideológica contra disciplinas das ciências humanas.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Em protesto contra o corte de 30% no orçamento de 2019 para todas as universidades e institutos federais de ensino do país realizado esta semana pelo Ministério da Educação (MEC), entidades de professores, trabalhadores e estudantes organizam uma greve geral para o próximo dia 15 de maio.
Grevistas contarão com o apoio dos trabalhadores do setor metroviário
Para além da suspensão de verba anunciada por Arnaldo Barbosa Lima Júnior, secretário de Educação da pasta, de acordo com as categorias, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) promove uma perseguição ideológica contra disciplinas das ciências humanas que fomentam a elaboração de senso crítico dentro das escolas e universidades.
Segundo Eblin Joseph Farage, secretária-geral do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a paralisação é uma tentativa de impedir que o desmonte do Estado promovido pelo capitão reformado avance definitivamente sobre o ensino público brasileiro.
— Estamos com uma grande expectativa de que o dia 15 seja um grande dia unificado de todos os setores da educação, algo que não conseguimos há algum tempo nesse país. Essa é a única possibilidade que temos de vencer e fazer frente a esses ataques que o governo tem feito — afirma.
Ensino
Eblin complementa que as entidades do setor de educação também estão se preparando para a greve geral contra a reforma da Previdência, convocada para 14 de junho, e ressalta que os professores – e principalmente as professoras – estão entre os mais prejudicados pela proposta de Paulo Guedes, ministro da Economia.
— O nosso esforço é para que seja um dia nacional de greve na educação em todos os níveis, do ensino fundamental ao ensino superior, e que de fato essa mobilização sirva como um esquenta para o dia 14 de junho, que é para quando está proposta a construção da greve geral — acrescenta.
Profissionais do programa Mais Médicos, que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) na cidade de São Paulo, também vão paralisar os atendimentos na próxima quarta-feira (8). Os médicos pedem um posicionamento da prefeitura em relação à renovação de cerca de 50 contratos.
Estratégia
Em carta aberta à população, os profissionais afirmam que, até o momento, a administração municipal não deu "nenhuma resposta concreta”.
Eline Ethel é uma das trabalhadoras do programa. Segundo a médica, “a prefeitura não está demonstrando interesse em renovar os contratos. Isso gera muita angústia principalmente nos pacientes”. Segundo ela, os médicos que participam do programa realizam 8 mil atendimentos por mês em São Paulo.
— No dia 8 de maio vamos fazer uma paralisação para pedir uma resposta para podermos falar com nossos pacientes — explica. Os profissionais atuam na atenção básica e na estratégia de atendimento à família.
Paralisação
De acordo com o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a não renovação dos profissionais pode piorar o atendimento na cidade, tendo em vista que “o quadro de profissionais já é deficitário na Atenção Primária à Saúde (APS)”. A entidade destaca ainda que “a população não pode arcar com o ônus de não ter esses profissionais. Caso os contratos não sejam renovados, os moradores das periferias serão os mais prejudicados”.
A paralisação dos profissionais do programa Mais Médicos será realizada na próxima quarta-feira, dia 8 de maio, quando ocorrerá um ato em frente à Secretaria da Saúde, às 9h.