Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Prisão de governador da Bolívia alimenta temores de ciclo de vingança política

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Quarta, 04 de Janeiro de 2023 às 08:59, por: CdB

A polícia prendeu Luis Camacho, governador de direita do reduto da oposição e província agrícola de Santa Cruz, em 28 de dezembro por acusações de terrorismo relacionadas ao que as autoridades chamam de golpe em 2019 contra o então líder de esquerda Evo Morales.

Por Redação, com Reuters - de La Paz

A prisão de uma proeminente figura da oposição boliviana provocou críticas de grupos de direitos humanos e chamou a atenção para como a direita e a esquerda do país têm usado um sistema judicial fraco para perseguir oponentes.

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A prisão de uma proeminente figura da oposição boliviana provocou críticas de grupos de direitos humanos

A polícia prendeu Luis Camacho, governador de direita do reduto da oposição e província agrícola de Santa Cruz, em 28 de dezembro por acusações de terrorismo relacionadas ao que as autoridades chamam de golpe em 2019 contra o então líder de esquerda Evo Morales. Camacho nega as acusações.

A prisão de Camacho provocou protesto de uma semana de seus apoiadores, cujos bloqueios em andamento nas rodovias podem atrapalhar o movimento de alimentos e grãos.

Camacho, um ferrenho oponente do partido socialista MAS de Morales, junta-se a uma longa fila de líderes na Bolívia em ambos os lados do espectro político presos ou ameaçados de encarceramento.

– Vimos no passado como o crime de terrorismo tem sido usado por governos de esquerda e direita na Bolívia como um instrumento para perseguir oponentes – disse César Muñoz, diretor associado para as Américas da Human Rights Watch, com sede em Washington.

Prisão preventiva de Camacho

Houve justificativa "muito frágil" para a prisão preventiva de Camacho e o uso de uma definição "muito ampla" de terrorismo, acrescentou Muñoz.

Como líder cívico em 2019, Camacho liderou protestos contra Morales, cujo partido agora está de volta ao poder sob o presidente Luis Arce.

– Não somos movidos por ódio ou vingança. O que nos move é um desejo inabalável de justiça no país – disse Arce em 2021. Na semana passada, o procurador-geral afirmou que a ação contra Camacho seguiu o devido processo e não era "perseguição política".

Analistas internacionais, porém, apontam para uma tendência dos governos bolivianos de usar o sistema de justiça para atingir os oponentes.

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