Presidente volta atrás e já negocia cargos em troca de votos no Congresso
Mais de três meses depois de seu início, o governo ainda não tem uma base no Congresso para além do partido do presidente, o PSL, que tem 54 deputados. Mesmo partidos com ministros nomeados se declararam até hoje independentes.
Mais de três meses depois de seu início, o governo ainda não tem uma base no Congresso para além do partido do presidente, o PSL, que tem 54 deputados. Mesmo partidos com ministros nomeados se declararam até hoje independentes.
Por Redação - de Brasília
Crítico do que chama de ‘velha política’, referindo-se à prática do ‘toma lá, dá cá’ com o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro recua, mais uma vez, na tentativa de criar uma base de apoio para a votação da reforma da Previdência. Nesta quarta-feira, o governo acelerou as negociações com o Congresso, em encontros de Bolsonaro com presidentes de seis partidos no Planalto, para convidá-los a integrar uma coalizão governista.
Jair Bolsonaro, que se recusava às práticas da 'velha política', agora se reúne com líderes partidários para negociar cargos no governo
Mais de três meses depois de seu início, o governo ainda não tem uma base no Congresso para além do partido do presidente, o PSL, que tem 54 deputados. Mesmo partidos como o DEM, que tem três ministros nomeados — Casa Civil, Agricultura e Saúde — se declararam até hoje independentes.
Além disso, a insatisfação dos partidos do chamado centrão com a interlocução do governo até agora tem piorado a situação, com algumas derrotas na Câmara em “recados” dos parlamentares ao Planalto.
Previdência
Nesta quinta, Bolsonaro — que até então resistia a entrar de fato na articulação política, especialmente na lida direta com os partidos — receberá os presidentes do PRB, Marcos Pereira; do PSD, Gilberto Kassab; do PSDB, Geraldo Alckmin; do DEM, ACM Neto —que almoçará com o presidente—; do PP, Ciro Nogueira; e do MDB, Romero Jucá.
O objetivo, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, será o de convidá-los a fazer parte da base do governo.
— O tom será de convidá-los para que participem desse esforço de construção do entendimento na busca de ter a nova Previdência aprovada. Para que tenhamos uma base constituída, a gente precisa dialogar, convidar e abrir a porta. É o que a gente está fazendo. Estamos abrindo a porta para construção dessa base, que vai se expressar lá na votação da nova Previdência — conclui Lorenzoni.