Campos Neto voltou, contudo, a falar da alta inadimplência do rotativo, o que tornaria o produto inviável. Também disse que, se nada for feito, há risco de "colapso" na indústria de cartões de crédito.
Por Redação – de Curitiba
Presidente do Banco Central (BC, o econoista Roberto Campos Neto disse, nesta sexta-feira,, que ainda não tem detalhes sobre a medida que pode gerar o fim do rotativo do cartão de crédito e revelou ter tomado um "puxão de orelha" após antecipadar o tema aos senadores, em reunião ocorrida na véspera.
Campos Neto voltou, contudo, a falar da alta inadimplência do rotativo, o que tornaria o produto inviável. Também disse que, se nada for feito, há risco de "colapso" na indústria de cartões de crédito.
– O rotativo começou a ter uma inadimplência alta, que fechou maio em 54%. Se você tem um produto com inadimplência de 54%, você tem um problema no produto, porque não conheço nenhum outro país com uma inadimplência tão alta. Geralmente, quem toma a decisão de dar o crédito não é quem está, digamos assim, administrando o risco do crédito. Temos aí uma assimetria neste sentido – afirmou.
Varejistas
As declarações de Campos Neto ocorreram durante um fórum organizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), nesta manhã. À tarde, o executivo encontrou-se com o empresariado local, na Associação Comercial do Paraná (ACP), nesta capital.
Segundo Campos Neto, o cartão de crédito foi usado no Brasil como competição entre os agentes financeiros, inclusive entre varejistas, o que "acelerou muito" a concessão do produto, a ponto de as pessoas terem "dois, três, quatro, cinco cartões".
– A gente precisa entender que o problema foi gerado por uma concessão grande de cartões, por um parcelamento sem juros que, aparentemente não tem custo, mas que obviamente alguém paga o custo no fim. E a gente precisa achar um equilíbrio para isso – resumiu.