Em um seminário sobre os cinco anos do Cadastro Positivo, na capital paulista, Campos Neto também afirmou ter observado uma “normalização” dos spreads — diferença entre as taxas de captação e de concessão de crédito pelas instituições financeiras.
Por Redação – de Brasília
O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-I) cassou, por unanimidade, a liminar obtida por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), que impedia a investigação sobre suspeita de manter uma empresa no exterior (offshore) em paraíso fiscal, para fugir do regime fiscal brasileiro. O resultado do julgamento foi divulgado nesta quinta-feira.
O nome de Campos Neto foi citado no escândalo conhecido como ‘Pandora Papers’, arquivos que vieram a público sobre milionários que escondem dinheiro em paraísos fiscais. Nesta tarde, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), autor de um pedido de investigação contra o economista, na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, comentou a decisão da Justiça.
— Campos Neto conseguiu liminar argumentando que não podia ser investigado com base na Lei de Autonomia do Banco Central. Ele tava querendo fugir de uma investigação séria. É um absurdo um presidente do Banco Central ter offshore, ter recursos que estavam escondidos em paraísos fiscais. Pasmem, as informações que foram apresentadas é que essas empresas têm remuneração pela Taxa Selic. Ou seja, Campos Neto pode ter lucrado com a manutenção de juros altos no Brasil. Isso é muito grave! — ressaltou.
Crédito
Sem comentar o fato de que, doravante, tornou-se um suspeito perante a Justiça brasileira, Campos Neto disse, nesta manhã, ter ficado muito feliz em ver o mercado de crédito voltar a crescer “depois de tantos sobressaltos”.
Em um seminário sobre os cinco anos do Cadastro Positivo, na capital paulista, Campos Neto também afirmou ter observado uma “normalização” dos spreads — diferença entre as taxas de captação e de concessão de crédito pelas instituições financeiras.
Presente ao encontro, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também celebrou a melhora de indicadores de crédito, citando que foram dissipados temores do passado, como a aversão ao risco desencadeada pela crise na Americanas e a recuperação judicial da Oi.