Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Polícia prende suspeitos de ligação com milícia no Rio

Arquivado em:
Quarta, 03 de Julho de 2019 às 09:19, por: CdB

Além de usar a indústria extrativa para lavar dinheiro, o grupo é suspeito de estar ligado a homicídios praticados com o objetivo de tomar empresas concorrentes.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Policiais civis cumpriram nesta quarta-feira sete mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão em uma operação contra suspeitos de integrar milícia que atua no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, até as 8h45, seis pessoas já tinham sido presas na ação.
policia-1.jpg
Polícia prende seis suspeitos de ligação com milícia no Rio
A operação mira a utilização de empresas para a lavagem de dinheiro da organização criminosa Liga da Justiça, que seria chefiada, segundo a polícia, por Wellington da Silva Braga, o Ecko. As empresas atuam na exploração de areia e saibro na Baixada Fluminense e chegaram a faturar R$ 41 milhões entre 2012 e 2017, de acordo com a Polícia Civil.

Lavar dinheiro

Além de usar a indústria extrativa para lavar dinheiro, o grupo é suspeito de estar ligado a homicídios praticados com o objetivo de tomar empresas concorrentes. Uma empresa, por exemplo, foi assumida pela milícia depois do assassinato do proprietário Alexsander de Castro Santos, em junho de 2014. Segundo o Ministério Público Estadual, as operações extrativas do grupo são usadas para tentar legalizar o dinheiro que é obtido de forma criminosa nas comunidades controladas pelo grupo, como extorsão a moradores e comerciantes e a exploração do transporte alternativo.

Operação Intocáveis

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual, com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, prendeu na tarde de terça-feira, na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, o miliciano Júlio Cesar Veloso Serra, um dos homens de confiança do também miliciano Manoel de Brito Batista, vulgo Cabelo, que estava foragido desde a deflagração da Operação Intocáveis, em janeiro deste ano. Júlio Cesar é o décimo preso dos 13 denunciados que tiveram a prisão decretada pela Justiça, restando ainda serem efetuadas as prisões de Adriano Magalhães da Nóbrega, Gerardo Alves Mascarenhas, o “Pirata” e Fabiano Cordeiro Ferreira, o “Mágico”.

Crime organizado

A Operação Intocáveis foi deflagrada em 22 de janeiro deste ano para prender integrantes de organização criminosa que atua nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e outras áreas, na zona oeste do Rio. As investigações, realizadas por meio de escutas telefônicas e notícias de crime recebidas pelo canal Disque Denúncia, evidenciaram que os denunciados estavam envolvidos com atividades de grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis, receptação de carga roubada e posse e porte ilegal de arma. Os milicianos também são acusados por extorsão de moradores e comerciantes mediante cobrança de taxas referentes a serviços prestados; ocultação de bens adquiridos com os proventos das atividades ilícitas, por meio de ‘laranjas’; falsificação de documentos; pagamento de propina a agentes públicos; agiotagem; utilização de ligações clandestinas de água e energia; uso da força como meio de intimidação e demonstração de poder para manutenção do domínio territorial na região de Jacarepaguá.

Gaeco

Agentes do Gaeco, após monitoramento e ações de inteligência, conseguiram prender o foragido no momento em que Júlio Cesar se dirigia para um dos locais utilizados como esconderijo. O preso foi apresentado na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), onde foi ouvido e, depois, será transferido para um presídio do Estado. Ele ficará à disposição da Justiça, aguardando julgamento.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo