O pedido amplia o depoimento prestado pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-aliado do clã Bolsonaro, aos agentes federais. O parlamentar apresentou, na semana passada, os números de IPs de computadores de Brasília e do Rio supostamente utilizados na disseminação de notícias falsas.
Por Redação - de Brasília
A Polícia Federal (PF) pediu, nesta quarta-feira, acesso às informações obtidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, na tentativa de confirmar a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), terceiro filho do presidente, o ’03’, na ação de grupos organizados para ataques contra adversários, nas redes sociais, e para a disseminação de notícias falsas.
O pedido amplia o depoimento prestado pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-aliado do clã Bolsonaro, aos agentes federais. O parlamentar apresentou, na semana passada, os números de IPs de computadores de Brasília e do Rio supostamente utilizados na disseminação de notícias falsas.
Segundo Frota, os IPs estão ligados a um e-mail oficial do filho do presidente. Ele afirmou que essas informações foram obtidas na CPMI das Fake News.
Pandemia
A PF visa confirmar, agora, o vínculo desses computadores com Eduardo Bolsonaro. Posteriormente, pretende buscar o conteúdo administrado por essas máquinas. Para, então, poder afirmar se deles partiram ataques contra opositores de Jair Bolsonaro, conforme acusa Frota.
A decisão sobre o acesso aos dados solicitados pela PF, no entanto, cabe ao relator da CPMI das Fake News, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que ainda não se pronunciou. A comissão foi instalada em setembro de 2019. Entretanto, teve seus trabalhos suspensos em função da pandemia.
Secretário
As ligações de Eduardo Bolsonaro com o chamado ‘Gabinete do Ódio’ foram reveladas pela CPMI em março. Quebra de sigilo fornecida pelo Facebook sobre uma das páginas mais ativas do esquema, chamada Bolsofeios, identificou a participação do deputado.
As informações do Facebook dão conta de que a página Bolsofeios no Instagram foi registrada a partir de um telefone do secretário parlamentar de Eduardo, chamado Eduardo Guimarães.
O número do IP do computador utilizado para criar a página foi localizado na Câmara dos Deputados. O e-mail de registro da conta é: “eduardo.gabinetesp@gmail.com”. O endereço eletrônico é registrado oficialmente pela assessoria do filho do presidente na Casa.
Pedido negado
Quando a CPMI foi prorrogada, em abril, a deputada Natália Bonavides (PT-RN), também integrante da comissão, relatou que Eduardo e seus aliados trabalharam arduamente para tentar barrar a continuidade dos trabalhos.
Posteriormente, o deputado foi até o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir a suspensão dos trabalhos da comissão. Seu pedido foi negado pelo ministro Gilmar Mendes, que determinou a continuidade dos trabalhos.