Os reservatórios das hidrelétricas encontram-se em seu pior nível em mais de nove décadas, sem que o Ministério de Minas e Energia tenha elaborado, ainda, um programa de incentivos para que as empresas migrem o horário de consumo a períodos de menor demanda de energia.
Por Redação - de Brasília
Diante da pior crise hídrica, em 90 anos, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, prolongou sua folga por mais de 20 dias. Entre 20 e 25 de julho, Albuquerque irá à Itália para a sessão ministerial conjunta do clima e energia do G-20 e sai de férias em seguida. De 6 a 12 de agosto, o ministro estará, oficialmente, de férias mas, dois dias depois, entre 14 e 22 de agosto, permanecerá nos EUA em atividades ligadas ao setor, nas áreas de petróleo e gás natural.
Enquanto isso, os reservatórios das hidrelétricas encontram-se em seu pior nível em mais de nove décadas, sem que o Ministério de Minas e Energia tenha elaborado, ainda, um programa de incentivos para que as empresas migrem o horário de consumo a períodos de menor demanda de energia. As tratativas, em curso, ainda não foram finalizadas.
Importação
No período em que Albuquerque estiver fora do país ou em férias, quem assume é a secretária-executiva, Marisete Pereira. Procurado por repórteres da mídia conservadora, o Ministério de Minas e Energia disse que, "mesmo em viagem a serviço ou em férias regulamentares no Rio de Janeiro, o ministro continuará atento e acompanhando todos os desdobramentos da atual conjuntura e, a qualquer momento em que se faça necessária a sua presença, interromperá a viagem / férias, aliás, como já ocorreu em ocasiões anteriores".
Ainda de acordo com sua assessoria, durante as viagens o ministro pretende divulgar a segunda rodada de excedentes da cessão onerosa — o segundo maior leilão de petróleo e gás do mundo. A licitação está prevista para dezembro e deverá ofertar os blocos de Sépia e Atapu, no pré-sal da Bacia de Santos. Essas áreas não foram arrematadas em leilão anterior dos excedentes da cessão onerosa em 2019.
Em pronunciamentos, integrantes do governo afirmam que já foi autorizado o uso de todo o parque térmico disponível, independentemente do preço da energia. Há, ainda, a possibilidade de contratação de usinas hoje sem contrato e de importação de energia dos países vizinhos.