Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Plano de Netanyahu coloca reféns em perigo, afirma Hamas

Hamas afirma que plano de Netanyahu para controlar Gaza sacrifica reféns. Entenda as consequências e críticas ao projeto de ocupação.

Sexta, 08 de Agosto de 2025 às 10:58, por: CdB

O pronunciamento chega poucas horas depois de o gabinete de segurança israelense ter aprovado uma proposta do premiê Benjamin Netanyahu para “controlar” a Cidade de Gaza.

Por Redação, com ANSA – de Gaza

O grupo fundamentalista islâmico Hamas afirmou nesta sexta-feira que o plano de Israel de ampliar a ocupação na Faixa de Gaza significa “sacrificar” os reféns mantidos em cativeiro no enclave palestino.

Plano de Netanyahu coloca reféns em perigo, afirma Hamas | Plano de Israel prevê evacuação de 1 milhão de pessoas
Plano de Israel prevê evacuação de 1 milhão de pessoas

O pronunciamento chega poucas horas depois de o gabinete de segurança israelense ter aprovado uma proposta do premiê Benjamin Netanyahu para “controlar” a Cidade de Gaza, principal município do território.

“Expandir a agressão significa sacrificar os reféns”, afirmou o Hamas, segundo a emissora Al Jazeera. “O uso do termo ‘controle’ em vez de ‘ocupação’ é uma tentativa de Israel de fugir de sua responsabilidade pelas consequências de seu crime brutal contra civis”, acrescentou o grupo.

O plano de Netanyahu foi aprovado após 10 horas de discussões e prevê a evacuação de cerca de 1 milhão de habitantes da Cidade de Gaza, metade da população do enclave.

“O gabinete político e de segurança aprovou a proposta do primeiro-ministro para a derrota do Hamas. As IDF [Forças de Defesa Israelenses] se preparam para tomar o controle da Cidade de Gaza”, diz um comunicado do governo, assegurando que Israel garantirá “assistência humanitária à população civil fora das zonas de combate”.

Alvo de críticas

O projeto, no entanto, é alvo de críticas no país devido ao temor de que o aumento da ocupação leve o Hamas a assassinar os cerca de 20 reféns ainda vivos no enclave. Durante a reunião, o comandante das IDF, Eyal Zamir, que é contra o plano, chegou a propor que o retorno dos sequestrados fosse removido dos objetivos da guerra e alertou que “não existe resposta humanitária para 1 milhão de pessoas”.

Apesar disso, o governo manteve o resgate dos reféns de 7 de outubro de 2023, “vivos e mortos”, entre os “cinco princípios para o fim” do conflito, assim como o desmantelamento do arsenal do Hamas, a desmilitarização da Faixa de Gaza, o controle da segurança no enclave por parte de Israel e a instituição de uma administração civil “alternativa”, excluindo até a Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Segundo o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, a decisão de Netanyahu de ocupar Gaza totalmente representa “uma violação do direito internacional” e causará “uma catástrofe humanitária sem precedentes”. O dirigente ainda reiterou o “direito do povo palestino à autodeterminação” e instou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a incentivar uma “paz permanente”.

O fórum que reúne famílias dos reféns do Hamas também criticou o plano do premiê israelense. “O governo condenou os reféns vivos à morte e aqueles que caíram ao desaparecimento. É uma declaração oficial de abandono dos reféns que ignora completamente os repetidos avisos da cúpula militar e o claro desejo da maior parte da opinião pública israelense”, afirmou o grupo.

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