Luiz França está entre os alvos de mandados autorizados pelo STF na oitava fase da Operação Overclean.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A oitava fase da Operação Overclean, deflagrada nesta sexta-feira, alcançou um novo patamar político. Segundo apuração da imprensa, o secretário nacional do Podemos, Luiz França, passou a integrar a lista de investigados da Polícia Federal (PF) em um esquema que teria manipulado licitações, desviado recursos federais e lavado dinheiro por meio de contratos públicos. As informações são da colunista Mirelle Pinheiro, do portal Metrópoles.

A inclusão de um nome de peso da política nacional marca uma ampliação significativa do alcance da investigação, que começou com suspeitas de superfaturamento em obras e já soma mais de R$ 1,4 bilhão em movimentações suspeitas.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por supervisionar o caso em razão da presença de investigados com foro privilegiado.
Mandados em quatro Estados
Nesta nova fase, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. As ações ocorreram no Distrito Federal, em São Paulo e nas cidades de Palmas e Gurupi, no Tocantins.
Além das buscas, o STF determinou o bloqueio de valores atribuídos ao grupo para evitar a dissipação de bens supostamente obtidos de forma ilícita. A operação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, que colaboram no rastreamento de ativos e na análise de movimentações financeiras suspeitas.
Os envolvidos poderão responder por crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Esquema de licitações fraudadas
As investigações indicam que o esquema teria origem em contratos ligados ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), no Nordeste. Segundo a PF, recursos de emendas parlamentares teriam sido direcionados para obras superfaturadas e serviços inexistentes em municípios da Bahia.
Empresas de fachada eram utilizadas para simular concorrência em licitações e legitimar os contratos irregulares. O dinheiro desviado seria posteriormente usado para financiar campanhas eleitorais e enriquecer os envolvidos.
Expansão da investigação e repercussão política
Com o avanço das apurações, a Overclean passou a atingir figuras com foro privilegiado e vínculos partidários relevantes. Em fases anteriores, celulares e documentos foram apreendidos com parlamentares e operadores políticos ligados ao União Brasil.
Agora, com Luiz França entre os alvos, o foco da investigação se expande também para o Podemos, sigla que tem representação expressiva no Congresso e participa das negociações políticas que sustentam o governo em votações estratégicas.
A presença de um dirigente nacional do partido nas investigações aumenta a pressão sobre o cenário político e pode desencadear novas fases da operação envolvendo autoridades de alto escalão.
Supervisão do Supremo Tribunal Federal
Como há investigados com mandato federal e posições partidárias de destaque, o caso permanece sob relatoria do STF. A Corte autorizou não apenas as buscas e bloqueios, mas também a continuidade das diligências financeiras e fiscais.
A Polícia Federal informou que segue analisando o material apreendido e que novas medidas poderão ser adotadas conforme o avanço das investigações.
A reportagem procurou Luiz França e a assessoria do Podemos para comentar o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.