Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Nova fase de operação da PF tem empresários como alvo

A oitava fase da Operação Overclean investiga fraudes em licitações e corrupção, movimentando mais de R$ 1,4 bilhão em contratos públicos.

Sexta, 31 de Outubro de 2025 às 11:09, por: CdB

A oitava fase da Operação Overclean apura fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro e já movimentou mais de R$ 1,4 bilhão em contratos públicos.

Por Redação, com Agenda do Poder – de Brasília

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a oitava fase da Operação Overclean, uma ampla investigação que apura fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), teve como alvos empresários suspeitos de integrar uma organização criminosa com atuação em diferentes Estados.

Nova fase de operação da PF tem empresários como alvo | Os investigadores apontam que o grupo utilizava empresas de fachada
Os investigadores apontam que o grupo utilizava empresas de fachada

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas e Gurupi, no Tocantins (TO). Segundo a PF, não houve mandados de prisão nesta etapa da operação, que tem como objetivo aprofundar as provas sobre o esquema de corrupção.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.

Fases anteriores miraram políticos baianos

As etapas anteriores da Overclean vêm revelando a amplitude da rede de corrupção. Apenas neste mês, duas fases da operação tiveram como foco agentes públicos da Bahia.

No dia 16 de outubro, o prefeito de Riacho de Santana, João Vítor (PSD), foi afastado do cargo, enquanto o prefeito de Wenceslau Guimarães, Gabriel de Parisio (MDB), acabou preso por posse ilegal de arma de fogo.

Dois dias antes, em 14 de outubro, o deputado federal Dal Barreto (União Brasil), também da Bahia, foi alvo da sexta fase da operação. O parlamentar foi abordado por agentes da PF no Aeroporto Internacional de Salvador e teve o celular apreendido. Embora a PF não tenha divulgado os detalhes da suspeita, a TV Bahia apurou que o deputado teria ligação com outros alvos anteriores da investigação.

O início da operação

Deflagrada pela primeira vez em dezembro de 2024, a Operação Overclean se tornou uma das maiores ações recentes da Polícia Federal contra esquemas de corrupção no país. Na ocasião, 16 pessoas foram presas nos estados da Bahia, São Paulo e Goiás.

Foram expedidos 59 mandados judiciais, sendo 25 deles em Salvador. De acordo com a PF, a organização criminosa investigada é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos, dos quais R$ 825 milhões foram firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

Os investigadores apontam que o grupo utilizava empresas de fachada e contratos simulados para desviar recursos de obras e serviços públicos. Parte do dinheiro era repassada a servidores e agentes políticos em troca de favorecimentos em licitações.

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