A oitava fase da Operação Overclean apura fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro e já movimentou mais de R$ 1,4 bilhão em contratos públicos.
Por Redação, com Agenda do Poder – de Brasília
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a oitava fase da Operação Overclean, uma ampla investigação que apura fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), teve como alvos empresários suspeitos de integrar uma organização criminosa com atuação em diferentes Estados.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas e Gurupi, no Tocantins (TO). Segundo a PF, não houve mandados de prisão nesta etapa da operação, que tem como objetivo aprofundar as provas sobre o esquema de corrupção.
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
Fases anteriores miraram políticos baianos
As etapas anteriores da Overclean vêm revelando a amplitude da rede de corrupção. Apenas neste mês, duas fases da operação tiveram como foco agentes públicos da Bahia.
No dia 16 de outubro, o prefeito de Riacho de Santana, João Vítor (PSD), foi afastado do cargo, enquanto o prefeito de Wenceslau Guimarães, Gabriel de Parisio (MDB), acabou preso por posse ilegal de arma de fogo.
Dois dias antes, em 14 de outubro, o deputado federal Dal Barreto (União Brasil), também da Bahia, foi alvo da sexta fase da operação. O parlamentar foi abordado por agentes da PF no Aeroporto Internacional de Salvador e teve o celular apreendido. Embora a PF não tenha divulgado os detalhes da suspeita, a TV Bahia apurou que o deputado teria ligação com outros alvos anteriores da investigação.
O início da operação
Deflagrada pela primeira vez em dezembro de 2024, a Operação Overclean se tornou uma das maiores ações recentes da Polícia Federal contra esquemas de corrupção no país. Na ocasião, 16 pessoas foram presas nos estados da Bahia, São Paulo e Goiás.
Foram expedidos 59 mandados judiciais, sendo 25 deles em Salvador. De acordo com a PF, a organização criminosa investigada é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos, dos quais R$ 825 milhões foram firmados com órgãos públicos apenas em 2024.
Os investigadores apontam que o grupo utilizava empresas de fachada e contratos simulados para desviar recursos de obras e serviços públicos. Parte do dinheiro era repassada a servidores e agentes políticos em troca de favorecimentos em licitações.