Como a produção de petróleo na prolífica região do pré-sal do Brasil deverá atingir um platô nos próximos anos, a Petrobras está expandindo seus horizontes para novas fronteiras, incluindo a Margem Equatorial, a Colômbia e a África.
Por Redação, com Reuters - de Huston, TX-EUA
Uma prospecção bem avaliada na costa da Colômbia, onde a Petrobras perfura o solo marinho, pode justificar um grande projeto para fornecer gás natural ao país andino e para exportação, disse o diretor de Exploração e Produção da petroleira, Joelson Mendes, à agência inglesa de notícias Reuters, nesta quinta-feira.
Como a produção de petróleo na prolífica região do pré-sal do Brasil deverá atingir um platô nos próximos anos, a Petrobras está expandindo seus horizontes para novas fronteiras, incluindo a Margem Equatorial, a Colômbia e a África.
— Pode haver mais gás do que a Colômbia precisa — disse Mendes à Reuters, no intervalo da conferência de energia CERAWeek, em Houston, Texas (EUA).
Potiguar
O diretor da estatal acrescentou que a Petrobras poderá, em breve, retirar uma sonda de perfuração da Bacia Potiguar devido à falta de licenças para mais poços. A decisão, no entanto, ainda não foi tomada.
A Petrobras perfurou um poço em Potiguar e está em processo de perfuração de um segundo poço, “mas carece de licenças ambientais para perfurar mais”, acrescentou Mendes.
Em janeiro, a Petrobras confirmou que havia encontrado hidrocarbonetos em seu primeiro poço na Margem Equatorial, Pitu Oeste, mas disse que sua viabilidade econômica era inconclusiva.
Ação na B3
Ainda nesta tarde, as ações da Petrobras experimentavam uma queda de 2,15%, a R$ 35,91 próximo ao fechamento. Ao longo do dia, o Ibovespa também recuava, com os investidores repercutindo o posicionamento mais hawkish (isto é, favorável a juros mais altos) do Banco Central (BC), no dia anterior.
Às 16h19, o principal índice da bolsa de valores brasileira cedia 0,65% aos 128.281 pontos. A sessão, no entanto, era de ganhos para mineradoras e siderúrgicas, como a Vale. Já ações de bancos e varejistas recuavam no mesmo horário. O dólar, por sua vez, era negociado a R$ 4,98, com alta de 0,31%.
Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, conforme o esperado pelo mercado financeiro. A novidade, contudo, veio no comunicado divulgado junto com a decisão, que antevê agora um novo corte de 0,50 pp apenas para a “próxima reunião”, no singular.
Incerteza
A expressão no plural era interpretada como uma indicação de cortes para ao menos dois encontros à frente, mas boa parte do mercado já esperava o novo guidance.
“O BC entregou o que já havia sinalizado, mas mudou o forward guidance devido a uma incerteza mais elevada e à necessidade de maior flexibilidade no manejo da política monetária”, avalia Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, em nota.
Ainda no início da noite passada, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) também decidiu o rumo dos juros nos Estados Unidos, ao manter pela quinta reunião consecutiva a taxa básica no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano.
O presidente da autoridade monetária, contudo, deu um discurso visto como mais dovish (favorável a juros mais baixos), sinalizando que dados recentes de inflação acima do esperado não mudam as projeções para os juros no país. O BC americano segue estimando três cortes em 2024.