Uma das formas para melhorar a imagem do agronegócio brasileiro, ainda de acordo com a deputada eleita Marina Silva, será “utilizar o Plano Safra (programa do Governo Federal que concede crédito a pequenos e médios produtores) como a base para a transição da agricultura de baixo carbono”.
Por Redação - de São Paulo
Ex-ministra do Meio Ambiente, com trânsito entre setores do agronegócio brasileiro, a deputada eleita Marina Silva (Rede), cotada para voltar ao posto no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que uma parte do setor “percebeu que Bolsonaro é um péssimo negócio”.
— Quando você junta a sociedade, as mudanças no Governo Federal, a conjuntura internacional, o Brasil não vai poder ficar trancado do lado de fora. Acho que uma parte do agronegócio está percebendo que essa prática do Bolsonaro e do bolsonarismo é um péssimo negócio. Não ter finalizado o acordo com o Mercosul é um péssimo negócio. Ter perdido alguns investimentos é um péssimo negócio, ter tido alguns contratos cancelados, um péssimo negócio — disse Marina Silva, em entrevista a jornalistas na manhã desta terça-feira.
Biodiversidade
Segundo afirmou, “as pessoas estão começando a perceber que existe um caminho virtuoso. É o que eu chamo de competição pelo caminho de cima. Quem quiser continuar competindo pelo caminho de baixo, da ilegalidade, da violência, da destruição do meio ambiente, de não ter compromisso com a questão climática e de preservação da biodiversidade, vai ficar trancado pelo lado de fora”.
— Alguns dos setores do agronegócio não podem prevalecer em prejuízo dos interesses estratégicos do próprio setor e do país. Nós não finalizamos o acordo com o Mercosul até agora, que é importante para o Brasil e para a União Europeia, em função desses setores. Eles não podem sequestrar os interesses econômicos, sociais e ambientais do Brasil — acrescentou.
Baixo carbono
Uma das formas para melhorar a imagem do agronegócio brasileiro, ainda de acordo com a deputada eleita, será “utilizar o Plano Safra (programa do Governo Federal que concede crédito a pequenos e médios produtores e que permite custear insumos, adquirir equipamentos, entre outros) como a base para a transição da agricultura de baixo carbono”.
— É dessa forma que nós vamos conseguir diminuir a emissão de CO2 de forma sustentável, em que você vai ter investimentos com as tecnologias já desenvolvidas pela Embrapa para que grandes produtores continuem suas produções sem precisar mais derrubar a floresta, e ainda sequestrando carbono da atmosfera e fixando o carbono — resumiu.