Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Pará: chefe do Ibama é demitido após dizer que iria parar queima de máquina

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Quarta, 11 de Setembro de 2019 às 08:19, por: CdB

O Ministério do Meio Ambiente demitiu o chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, Evandro Cunha dos Santos.

Por Redação, com Reuters e ABr - de Brasília

O Ministério do Meio Ambiente demitiu o chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, Evandro Cunha dos Santos, pouco mais de uma semana após sua nomeação, depois que o superintendente anunciou que interromperia a queima de máquinas apreendidas em operações de combate ao garimpo ilegal.
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Agente do Ibama atira combustível em maquinário diurante operação perto de Altamira, Pará
A demissão de Santos, que fora nomeado para o cargo pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no dia 2 de setembro, foi publicada no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira. Na segunda-feita, Santos afirmou durante audiência pública no município de Altamira, um dos recordistas de queimadas e desmatamentos da floresta amazônica, que tinha recebido ordem do governo para acabar com a destruição de maquinas. A fala de Santos causou reação no comando do Ibama em Brasília, e a coordenação-geral de fiscalização ambiental enviou ofício à Diretoria de Proteção Ambiental do órgão alertando que a declaração “elevou os riscos aos agentes na região” que trabalham ao lado de forças de segurança no combate a crimes ambientais, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. – Fiquem certos que isso vai cessar, entendam que nós estamos juntos e vamos trabalhar diuturnamente para acabar com essa problemática de estarem danificando o patrimônio alheio. Eu sou soldado e sei cumprir ordem. A ordem que eu recebi foi para parar isso daí – disse Santos na audiência pública, de acordo com um vídeo de sua fala. A declaração de Santos foi em linha com afirmação dada pelo presidente Jair Bolsonaro em abril, em um vídeo publicado em redes sociais, quando criticou operação do Ibama contra extração ilegal de madeira em Rondônia, em que agentes queimaram carros e equipamentos. – Não é para queimar nada, maquinário, trator, seja o que for. Não é esse o procedimento, não é essa a orientação – disse Bolsonaro no vídeo. O presidente, que defende a exploração da Amazônia, tem enfraquecido o Ibama desde que tomou posse, segundo apurou a agência inglesa de notícias Reuters em entrevistas com dez funcionários antigos e atuais, registros públicos e uma análise de relatórios internos do governo. O Pará foi um dos Estados da região amazônica com alta expressiva no número de focos de incêndios registrados em agosto deste ano em relação a 2018, contribuindo para um aumento das queimadas na Amazônia que surpreendeu o mundo e resultou em cobrança internacional sobre o Brasil pela preservação da floresta.

Mato Grosso

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, decretou situação de emergência no Estado, em decorrência dos incêndios florestais. A decisão foi tomada após o aumento no número de queimadas e pelas condições climáticas, que propiciam a propagação do fogo. Pelos próximos 20 dias, não há previsão de chuvas no Mato Grosso, conforme informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com o decreto, assinado na segunda e publicado no Diário Oficial de Mato Grosso nesta terça-feira, o governo está autorizado a comprar bens e materiais mediante dispensa de licitação. A situação de emergência terá duração de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período.

Focos

De acordo com os dados oficiais, Mato Grosso registrou 8.030 focos de calor em agosto deste ano, um crescimento de 230% em relação ao mesmo período de 2018, tendo como base os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Estado também sofre com um período de estiagem de quatro meses, que abrange diversas regiões, como o Vale do Rio Cuiabá. Além disso, a baixa umidade relativa do ar no período, variando entre 7% e 20%, é considerada crítica pelo governo e aumenta o risco de incêndios florestais e problemas de saúde.
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