Empresa responsável por obras de reforço em unidade estratégica denunciou tentativas de coação e exigências de paralisação; caso é apurado por órgãos federais de segurança.
Por Redação, com Agenda do Poder – de Brasília
O governo federal apura uma série de ameaças atribuídas à facção criminosa Comando Vermelho (CV) contra a Subestação Belém-Marituba, no Pará, considerada uma das principais infraestruturas do sistema elétrico da região metropolitana da capital paraense.

As intimidações foram relatadas pela empresa Verene Energia S.A., administradora do contrato de operação e expansão da unidade, que enviou um comunicado formal ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) relatando tentativas de coação e ameaças diretas a funcionários e obras da subestação.
Exigências impostas e ameaça de ataques
De acordo com o documento, as ameaças ocorreram no dia 30 de outubro e foram feitas por um indivíduo que se identificou como integrante do Comando Vermelho. Ele teria apresentado exigências explícitas à empresa, incluindo a suspensão imediata das obras de expansão e a interrupção diária das operações da subestação a partir das 15h.
A Subestação Belém-Marituba, de 500/230 kV, é classificada como infraestrutura crítica do Sistema Interligado Nacional (SIN), responsável pela distribuição e estabilidade do fornecimento de energia em parte do estado. Segundo especialistas do setor elétrico, qualquer interferência em sua operação poderia causar instabilidade significativa no sistema e prejuízos à população.
Ação do governo e investigação federal
O Ministério da Justiça confirmou à CNN Brasil que recebeu o relato da empresa e que as informações foram imediatamente encaminhadas aos órgãos competentes para investigação. Um relatório de inteligência foi elaborado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), vinculada à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
O documento foi distribuído às forças de segurança do Pará, à Polícia Federal, à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
A Polícia Federal ficará responsável pela apuração da denúncia e pela identificação do autor das ameaças, além de investigar possíveis vínculos com a facção criminosa do Rio de Janeiro.
Alerta em momento de grande exposição
As ameaças ocorrem em um momento de atenção nacional e internacional sobre o Pará, que sedia a Cúpula de Líderes da COP30, evento preparatório para a conferência climática das Nações Unidas.
A presença de chefes de Estado e delegações estrangeiras em Belém fez com que o governo federal reforçasse a segurança de instalações estratégicas no estado, incluindo unidades de energia, transporte e comunicações.