Domingo, 10 de Fevereiro de 2019 às 15:28, por: CdB
“Eu apelo, particularmente aos governos, para que as causas desse flagelo sejam enfrentadas com decisão e as vítimas sejam protegidas”, disse o papa Francisco.
Por Redação, com Ansa - de Roma e São Paulo
O papa Francisco instou os governos a tomarem ações definitivas contra o tráfico internacional de pessoas, um negócio que movimento US$ 150 bilhões ao ano e aflige milhões de pessoas tratadas como escravas modernas. O papa falava a milhares de pessoas na praça São Pedro dois dias depois da igreja católica ter marcado um dia de prece e consciência sobre o tráfico humano.
— Eu apelo, particularmente aos governos, para que as causas desse flagelo sejam enfrentadas com decisão e as vítimas sejam protegidas — disse Francisco.
Imigração
A estimativa mundial é de que 45,8 milhões de pessoas vivam em alguma forma de escravidão, de acordo com o Índice de Escravidão Global 2016 da Fundação Walk Free.
A imigração se tornou um tema dominante e altamente politizado na Europa, com mais de 1 milhão de pessoas buscando asilo no continente em 2015, mas reduzido desde então. Muitos imigrantes chegam através de traficantes, frequentemente em condições terríveis e por altas somas de dinheiro.
— Todos nós podemos fazer mais e ajudar informando casos de exploração e escravidão — acrescentou o papa.
Prevenção
O tráfico mundial de meninas e mulheres, principais vítimas deste tipo de crime, corresponde a 70% dos casos registrados. Na maioria dos casos ela acabam usadas para fins de exploração sexual, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU). A informação é de Vera Vieira, da Associação Mulheres pela Paz.
O fato de essas mulheres e meninas estarem, em sua maioria, vulneráveis socialmente, justifica elas serem atraídas por falsas promessas de emprego e acabarem sendo forçadas à exploração. Diante dessa situação, Vera lamentou a saída do Brasil do Pacto Global para Migração, assinado por mais de 160 países, mas recusado pelo governo de Jair Bolsonaro.
— Esses países que adotaram o Pacto se comprometeram com regras para a migração segura e regular, visando a prevenção e identificação de migrantes propensos ao tráfico e à exploração — conclui.