Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Operação apura viagem de membro do CV à Ucrânia

Philippe Marques Pinto, ligado ao Comando Vermelho, teria viajado à Ucrânia para treinamento militar. Investigação aponta uso de técnicas de combate no Rio.

Quinta, 06 de Novembro de 2025 às 11:47, por: CdB

Suspeito ligado ao chefe do Complexo do Salgueiro teria participado de treinamento militar para aplicar técnicas de combate contra forças de segurança no Rio.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando a viagem de Philippe Marques Pinto, de 29 anos, apontado como integrante do Comando Vermelho (CV), à Ucrânia, onde teria participado de um treinamento de guerra. De acordo com informações do diário conservador carioca O Globo na quarta-feira, o objetivo da viagem seria aprender técnicas de combate para utilizá-las em confrontos com forças de segurança no estado.

Operação apura viagem de membro do CV à Ucrânia | Philippe Marques Pinto, de 29 anos, apontado como integrante do Comando Vermelho
Philippe Marques Pinto, de 29 anos, apontado como integrante do Comando Vermelho

Suspeito é ligado ao chefe do Salgueiro

Philippe, que é investigado pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil, é apontado como aliado direto de Antônio Hilário Ferreira, o “Rabicó”, um dos principais líderes do Comando Vermelho e chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Durante as investigações, agentes obtiveram vídeos e imagens em que o suspeito aparece usando uniforme militar e portando um fuzil em território ucraniano.

Segundo a polícia, Philippe já teria deixado o país em ao menos três ocasiões: junho de 2023, junho de 2024 e setembro de 2025. Ele permanece no Leste Europeu, e as autoridades apuram a possibilidade de que tenha recebido treinamento com grupos paramilitares ou em campos de guerra, aproveitando o conflito em andamento na região.

Técnicas militares usadas no Rio

As investigações indicam que o conhecimento adquirido pelo criminoso no exterior já vem sendo aplicado em confrontos no Rio. Na semana passada, durante a megaoperação policial que deixou 121 mortos em comunidades controladas pelo Comando Vermelho, criminosos usaram drones equipados com dispositivos capazes de lançar explosivos sobre policiais.

As aeronaves, segundo a polícia, são adaptadas com mecanismos chamados “dispensadores”, que permitem o transporte e a liberação de artefatos explosivos a distância. Esse tipo de tática já havia sido registrada em zonas de conflito como a Ucrânia e vem sendo importada por facções brasileiras para ampliar seu poder de ataque.

Investigação e possíveis crimes

A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) instaurou um inquérito para apurar o caso. Philippe possui antecedentes por tráfico de drogas e, além desse crime, deverá ser indiciado por apologia ao tráfico e associação criminosa.

As autoridades investigam ainda se outros integrantes do Comando Vermelho seguiram o mesmo caminho e buscaram treinamento no exterior. A polícia considera o caso inédito no Brasil e avalia que ele pode representar um novo patamar de profissionalização das facções armadas, com o uso de técnicas militares de guerra em confrontos urbanos.

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