Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

ONU diz que não há comida ou água em Gaza e pede trégua imediata

Segundo o representante da agência, "o cheiro da morte está por todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros", mas "as missões (de ajuda) continuam sem permissão para remover os corpos ou prestar assistência humanitária".

Terça, 22 de Outubro de 2024 às 10:47, por: CdB

Segundo o representante da agência, “o cheiro da morte está por todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros”, mas “as missões (de ajuda) continuam sem permissão para remover os corpos ou prestar assistência humanitária”.

Por Redação, com Lusa – de Gaza

O diretor da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou nesta terça-feira que se tornou impossível encontrar comida, água ou cuidados médicos no norte da Faixa de Gaza e exigiu uma trégua imediata da ofensiva israelense.

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“As pessoas vivem com medo da morte a cada segundo”, alerta

– No norte de Gaza, as pessoas estão apenas à espera da morte – disse Philippe Lazzarini, em comunicado publicado na rede social X.

As pessoas “sentem-se abandonadas, desesperadas e sozinhas” e “vivem com medo da morte a cada segundo”, acrescentou, lembrando que “o número de mortos continua a aumentar” após “quase três semanas de bombardeios contínuos por parte das forças israelenses”.

Segundo o representante da agência, “o cheiro da morte está por todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros”, mas “as missões (de ajuda) continuam sem permissão para remover os corpos ou prestar assistência humanitária”.

Por isso, afirmou Lazzarini, é fundamental fazer “uma trégua imediata, nem que seja por algumas horas”, para permitir “a passagem das famílias que queiram sair da área e chegar a locais mais seguros”.

Isso “é o mínimo para salvar a vida de civis que nada têm a ver com esse conflito”, concluiu.

O Exército israelense lançou uma ofensiva contra Gaza após os ataques feitos pelo grupo islâmico em 7 de outubro de 2023, que fizeram cerca de 1,2 mil mortos e quase 250 reféns.

Os ataques israelenses já fizeram mais de 42 mil mortos entre os palestinos, aos quais se somam mais de 750 mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental feitos pelas forças de segurança israelenses e por ataques de colonos.

O Ministério da Saúde de Gaza também afirmou hoje que o sistema de saúde na região está à beira “da catástrofe”.

“O Hospital Kamal Adwan está em situação mais que catastrófica, já que a porta foi bombardeada. Bombas foram lançadas contra as ambulâncias do hospital, mas não explodiram. Os andares superiores da unidade estão sendo atacados, a unidade ruiu completamente e por isso ninguém pode entrar ou sair”, afirmou o ministério em comunicado.

Extremo perigo

Além disso, a maior parte do material médico do hospital, como as unidades de sangue, já não está disponível e o pessoal de saúde e os doentes estão “em situação de extremo perigo”.

– As forças israelenses estão disparando contra nós de todas as direções. As pessoas estão aterrorizadas. Mas não vamos abandonar o Hospital Kamal Adwan nem deixar os feridos e os doentes sozinhos – disse o diretor Hossam Abu Safieh, citado pela agência espanhola de notícias EFE.

O diretor do hospital indonésio Marwan Sultan, localizado no norte de Gaza, alertou para a possibilidade de mais doentes morrerem após o cerco israelense imposto à unidade.

Na segunda-feira, a Casa Branca avisou Israel que precisa fazer “muito mais” para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

– Vimos alguns progressos em algumas coisas, mas ninguém no governo dos Estados Unidos dirá que estamos satisfeitos ou que consideramos satisfatória a situação humanitária em qualquer parte de Gaza – disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, em entrevista.

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