A relatora também fez um alerta em relação às eleições municipais para que haja a proteção de candidatos que representam minorias. A declaração de Phukan coincide com a divulgação do painel ‘Candidaturas’, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que subscreve 967 candidaturas de pessoas trans para as eleições municipais de 2024.
Por Redação – do Rio de Janeiro
A relatora especial sobre racismo da Organização Mundial das Unidas (ONU), Ashwini K.Phukan, afirmou nesta sexta-feira que está extremamente preocupada com o avanço de grupos neonazistas no Brasil, especialmente em Santa Catarina. Na entrevista coletiva concedida nesta manhã, Phukan afirmou que as ações do governo brasileiro para combater a ideologia têm sido insuficientes.
— Estou chocada por saber da presença de grupos neonazistas disseminando discurso de ódio e crimes de ódio, e também preocupada com relatos de islamofobia direcionados a migrantes, incluindo pessoas refugiadas e solicitantes de asilo, particularmente em Santa Catarina — disse a relatora, para quem esses grupos representam uma ameaça ao tecido social e “alimentam o racismo e o ódio”.
Ashwini pediu ao governo federal para que intensifique o combate aos grupos nazistas e alertou para a falta de dados desagregados para saber a dimensão do fenômeno. Um dos maiores problemas é a cultura da impunidade.
Candidatos
A relatora também fez um alerta em relação às eleições municipais para que haja a proteção de candidatos que representam minorias. A declaração de Phukan coincide com a divulgação do painel ‘Candidaturas’, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que subscreve 967 candidaturas de pessoas trans para as eleições municipais de 2024.
Os dados também chamam atenção sobre o número de pessoas gays, lésbicas e bissexuais, assexuais e pansexuais: são 2.390 candidaturas.
O registro oficial de candidaturas LGBT+ é uma conquista recente dos movimentos pela democratização da participação política, no país.