Desgastado após a informação de que o agora ex-secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, fez "voo particular" com avião da Força Aérea Brasileira (FAB), Lorenzoni encurtou seu período de férias.
Por Redação - de Brasília
Líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) tem dito a interlocutores que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está com os dias contados no cargo. O parlamentar acrescenta que ele próprio foi sondado para assumir a pasta.
Desgastado após a informação de que o agora ex-secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, fez "voo particular" com avião da Força Aérea Brasileira (FAB), Lorenzoni encurtou seu período de férias e já voltou à Capital Federal.
O ministro também foi chamado a explicar o motivo porque Santini recebeu R$ 90,9 mil em diárias no seu primeiro ano no governo. Outro auxiliar do ministro, Fernando Moura, também foi exonerado do cargo de secretário-executivo, mas permanece no quadro funcional da Casa Civil.
Enfraquecido
Com a pasta esvaziada, Onyx perdeu também o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
A ala militar do governo articula a demissão tanto de Onyx quanto do ministro da Educação, Abraham Weintraub, apresentado a Bolsonaro pelo chefe da Casa Civil. O titular do MEC vem sendo bombardeado de críticas após erros de correção no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que, segundo a pasta, afetou cerca de 6 mil estudantes.
Embora Lorenzoni tenha se enfraquecido no comando da Casa Civil, o seu reduto eleitoral tem recebido uma fatia das benesses concedidas aos aliados do governo de Jair Bolsonaro. Em média, o ministro vem mantendo três encontros por semana com representantes e políticos do Rio Grande do Sul, Estado pelo qual o ministro se elegeu deputado em 2018.
Em campanha
Ao todo, Lorenzoni manteve 650 encontros com autoridades, empresários e representantes da sociedade civil. Desses, atendeu nomes ligados ao Rio Grande do Sul em ao menos 155, um quarto do total. Ele ainda acalenta a ideia de concorrer ao governo do Estado.
Desde a última campanha, o ministro surfou na onda bolsonarista e foi o segundo deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul, em 2018, com 183 mil votos. Desde então, tem atuado para viabilizar seu nome para 2022 costurando apoio de deputados, senadores e outros políticos simpáticos ao governo Bolsonaro.