Nesse sentido, os pesquisadores apontam que a presença da Ômicron está relacionada com o aumento total dos casos de covid no país. Em dezembro, 5,3% dos testes analisados haviam dado positivo. Em novembro, subiu para 6,9%. Chegando a 31,3%, em janeiro.
Por Redação, com Brasil de Fato e ANSA - de Brasília
A variante Ômicron, mais transmissível, já responde por 97% dos casos de covid-19 no Brasil. O levantamento é da Rede Corona-Ômica.BR, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A pesquisa analisou 208.480 testes realizados, entre 1º de novembro e 6 de janeiro, nas 27 unidades federativas. Em dezembro, a nova variante representava 3,45% dos casos. No mês seguinte, esse número subiu para 67,5%. E nos primeiros dias de 2022, chegou a 96,9% do total.
Nesse período, em quatro Estados, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima e Santa Catarina, a Ômicron foi encontrada em 100% das amostras. Outros nove Estados também registraram mais de 90% das amostras com a nova variante. Entre eles, estão São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os mais populosos. Por outro lado, apenas os estados do Amazonas, Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe não registraram aumento progressivo da Ômicron. Mas o relatório alerta que as amostras colhidas nesses locais foram bastante reduzidas. Eles estão, portanto, “sub-representados”.
Nesse sentido, os pesquisadores apontam que a presença da Ômicron está relacionada com o aumento total dos casos de covid no país. Em dezembro, 5,3% dos testes analisados haviam dado positivo. Em novembro, subiu para 6,9%. Chegando a 31,3%, em janeiro.
Além disso, a ômicron precisou de menos tempo para responder pela quase totalidade dos casos. A variante Delta levou, em média, 20 semanas, desde a sua detecção inicial até alcançar 100% dos casos positivos. A nova cepa, no entanto, atingiu o índice atual em apenas quatro.
Positividade
Outro levantamento com amostras coletadas em laboratórios privados revela que, entre os dias 9 e 15, 57,9% dos testes RT-PCR realizados no país deram positivo. Similarmente ao estudo anterior, a ômicron predominou em 98,9% dos casos. De acordo com o Instituto Todos pela Saúde, responsável pela pesquisa, houve um salto em relação à primeira semana do ano, quando 39,5% dos exames registraram diagnóstico positivo para covid-19.
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) informou também que registrou recorde de utilização dos testes rápidos. Assim, em todo o país, as farmácias realizaram 558 mil exames entre os dias 10 e 16. A taxa de positividade, de 41,8%, também foi recorde.
Covid no Brasil
Com o avanço da Ômicron, o Brasil registrou mais 168.495 novas infecções em 24 horas. Assim, a média móvel de diagnósticos avançou para 110.047 a cada um dos últimos sete dias. Repetindo os últimos dias, trata-se do maior índice desde o início da pandemia no país, em março de 2020. Os dados são fornecidos pelo boletim diário do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
No mesmo período, 350 pessoas morreram pela covid-19, de acordo com os registros. Com esse resultado, são oficialmente 622.205 vítimas da doença. Com 237 óbitos na média móvel, o país registrou o maior índice desde meados de novembro.
Graças às vacinas, a taxa de mortes não tem registrado o mesmo crescimento do número de casos. Ainda assim, o aumento da transmissão pode levar a uma sobrecarga nos serviços de saúde, disse a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19 Mellanie Fontes-Dutra. “Especialmente quando os cuidados para evitar a exposição/transmissão não são correta ou amplamente adotados”, tuitou. Diante da nova variante, o ideal é a utilização da máscaras de alta proteção. Além disso, distanciamento, ambientes ventilados e higiene das mãos seguem valendo.
Mortes
O Brasil registrou mais 350 mortes nas últimas 24 horas, elevando para 622.205 as vítimas da pandemia, informou o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) na quinta-feira.
Foram ainda 168.495 contágios no período, totalizando 23.585.243 casos desde o início da crise sanitária.
Pela primeira vez na pandemia, o país ultrapassou a marca de 100 mil infecções em sua média móvel: o índice nos últimos sete dias foi para 110.047. Já a média dos falecimentos continua em sua trajetória ascendente e chegou a 237.
O Estado de São Paulo continua sendo líder dos dados tanto de contágios e mortes, com 4.534.066 e 156.165, respectivamente.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro também segue liderando os dados proporcionais, com uma taxa de letalidade de 4,5% e de mortalidade de 403,3 a cada 100 mil habitantes. Os índices nacionais estão, respectivamente, em 2,6% e 296,1 a cada 100 mil.
Também na quinta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a aplicação da vacina CoronaVac, da Sinovac Biotech e do Instituto Butantan, para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Além dessa fórmula, o Brasil aplica o imunizante pediátrico da Pfizer/BioNTech em pessoas de cinco a 11 anos e a fórmula normal a partir dos 12 anos.