Rio de Janeiro, 18 de Julho de 2025

Obras da Leopoldina param por dificuldade financeira da prefeitura

As obras de restauração da Estação da Leopoldina no Rio de Janeiro estão paralisadas devido a dificuldades financeiras e pendências trabalhistas com a construtora Concrejato.

Sexta, 13 de Junho de 2025 às 10:39, por: CdB

Paes anunciou que vai suspender os pagamentos à construtora Concrejato, responsável pela obra, alegando pendências trabalhistas.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

As obras de restauração da estação Barão de Mauá, conhecida como Estação da Leopoldina, estão praticamente paralisadas no Rio de Janeiro. Avaliada em R$ 72,3 milhões, a intervenção deveria ser um marco na expansão do projeto Porto Maravilha, com foco no bairro de São Cristóvão. No entanto, o que era para ser um símbolo de revitalização se tornou um novo imbróglio político-administrativo para o prefeito Eduardo Paes.

Obras da Leopoldina param por dificuldade financeira da prefeitura | As obras de restauração da estação Barão de Mauá, conhecida como Estação da Leopoldina, estão praticamente paralisadas
As obras de restauração da estação Barão de Mauá, conhecida como Estação da Leopoldina, estão praticamente paralisadas

Na última segunda-feira, Paes anunciou que vai suspender os pagamentos à construtora Concrejato, responsável pela obra, alegando pendências trabalhistas. Nos bastidores, segundo o diário conservador carioca O Globo, o motivo seria outro: a necessidade de conter despesas após uma queda de arrecadação em 2024 que gerou um déficit de R$ 690 milhões. A prefeitura só evitou fechar o ano no vermelho graças a uma reserva financeira acumulada nos anos anteriores.

A construtora, sem receber desde o fim de 2024, vinha cobrando R$ 7,8 milhões em faturas atrasadas. A tensão aumentou quando a empresa decidiu retirar as telas de proteção das fachadas da estação, gesto que teria sido interpretado como uma forma de pressão por parte do prefeito. Após o impasse, parte das telas começou a ser reinstalada, mas o canteiro continua abandonado, com entulhos acumulados em frente ao prédio.

A paralisação

A paralisação acontece justamente na semana em que as obras completaram um ano. A meta da prefeitura é entregar a restauração até 6 de novembro de 2026, data do centenário da estação. Com o atraso atual, essa previsão fica cada vez mais ameaçada.

Enquanto isso, Paes tenta equilibrar as contas e reestruturar a arrecadação. Entre as medidas estão renegociação de contratos, anistia fiscal para devedores e até projetos de regularização de construções irregulares mediante o pagamento de taxas. Ao mesmo tempo, a Câmara de Vereadores aprovou leis para facilitar o aumento de receita municipal.

Apesar do atraso na Leopoldina, as obras da Fábrica do Samba, também no terreno da antiga estação, seguem em ritmo normal, sob responsabilidade de outra empreiteira. O espaço vai abrigar os galpões das escolas da Série Ouro do Carnaval.

O futuro da área ainda depende de um novo plano do BNDES, que assinou convênio com a prefeitura para elaborar um projeto executivo que abrange os 124 mil m² do terreno. A proposta inclui a instalação de equipamentos públicos e até condomínios populares, de olho na possível escolha de Rio e Niterói como sedes dos Jogos Pan-Americanos de 2031. Enquanto isso, o Ministério Público Federal acompanha a situação de perto. O procurador Sérgio Suiama confirmou que haverá vistoria no local e reforçou que existe uma ação judicial desde 2013 exigindo a recuperação do prédio, abandonado desde 2002.

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