Segunda, 19 de Novembro de 2018 às 13:17, por: CdB
Sem citar a que governos se referia, o futuro chanceler disse que, "na nova política externa", o país negociará "bons acordos comerciais".
Por Redação - de Brasília
O diplomata Ernesto Araújo, Indicado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para ocupar o comando do Ministério das Relações Exteriores, “desceu ao grotesco”, na publicação que fez em uma rede social, ao afirmar que o Brasil "não ficará de quatro diante das ditaduras”, segundo importante fonte do Itamaraty. A publicação gerou mal estar no corpo diplomático.
Sem citar a que governos se referia, o futuro chanceler disse que, "na nova política externa", o país negociará "bons acordos comerciais". Acrescentou que o país terá "os pés no chão, mas a cabeça erguida”.
Idade Média
"Terá apenas os pés no chão, não ficará de quatro diante das ditaduras. Os pés no chão, mas não a cabeça enfiada na terra para não ver o grande embate mundial entre o globalismo e a liberdade. Os pés no chão, mas não plantados no mesmo lugar, e sim caminhando passo a passo rumo ao nosso destino", escreveu Araújo.
Ainda nas redes sociais, o futuro chanceler tentou rebater as críticas feitas por Celso Amorim, chanceler nos dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em recente entrevista. Mas, novamente, foi infeliz na resposta, ao dizer que não sabia se o retrocesso do país à Idade Média era crítica ou elogio.
"Celso Amorim diz que represento um retorno à Idade Média. Não entendi se é crítica ou elogio, mas informo que não retornaremos à Idade Média, pois temos muito a fazer por aqui, a começar por um exame minucioso da ‘política externa ativa e altiva’ em busca de possíveis falcatruas", afirmou Ernesto Araújo.
Globalismo
O novo chanceler brasileiro foi uma indicação pessoal do escritor Olavo de Carvalho, personagem da ultradireita brasileira e seguidor de Bolsonaro.
Aos 51 anos, Araújo é, atualmente, diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty. Bolsonaro disse que a escolha se deve ao perfil e à vida pregressa do funcionário público.
Em um blog, o novo chanceler celebra o “pan-nacionalismo” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Araújo também prega um resgate aos valores ocidentais, com a revalorização da pátria, da família e de Deus, contra o chamado “globalismo”.