Netanyahu também colocou novamente sobre a mesa um plano para permitir que os civis de Gaza “deixem” a Faixa, sabendo que também é necessário que outros países concordem em acolhê-los.
Por Redação, com Europa Press – de Jerusalém
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “nos próximos dias” o exército agirá “com todas as suas forças” na Faixa de Gaza para “completar a operação militar”, uma ofensiva que, em suas próprias palavras, envolve “destruir” o Hamas e à qual Israel não está disposto a renunciar, mesmo que consiga chegar a um cessar-fogo “temporário”.

– A situação mudou, nos próximos dias entraremos com todas as nossas forças para concluir a operação – alertou Netanyahu em uma reunião com reservistas. “Eliminar o Hamas e libertar nossos reféns andam de mãos dadas”, disse ele.
Nesse sentido, ele disse que “um cessar-fogo temporário” poderia ser “bom”, por exemplo, para concluir a entrega dos reféns ainda mantidos pelo Hamas em Gaza, mas deixou claro que “em nenhum caso” Israel está considerando “parar a guerra”.
Netanyahu também colocou novamente sobre a mesa um plano para permitir que os civis de Gaza “deixem” a Faixa, sabendo que também é necessário que outros países concordem em acolhê-los. “É nisso que estamos trabalhando agora”, disse ele, assegurando que “mais de 50%” da população estaria disposta a deixar Gaza.
Em meados de março, Israel rompeu unilateralmente o último cessar-fogo acordado com o Hamas e mantém um bloqueio rígido na Faixa de Gaza que impede a entrega de ajuda humanitária, o que provocou críticas repetidas de organizações de direitos humanos.
MSF reduz sua equipe no hospital bombardeado por Israel no sul de Gaza
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou a redução de sua equipe no Hospital Naser, localizado na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, depois que um bombardeio israelense atingiu um prédio e matou pelo menos duas pessoas.
O ataque, o segundo no mesmo prédio em duas semanas, forçou a suspensão de consultas ambulatoriais e representa, de acordo com MSF, o mais recente exemplo de “comportamento terrível” repetido desde o início da ofensiva militar israelense em outubro de 2022.
“Esses ataques a instalações médicas colocam em risco nossos pacientes e funcionários”, disse a organização nas mídias sociais, onde também lamentou os recursos limitados disponíveis para os profissionais de saúde na Faixa de Gaza devido ao bloqueio israelense de suprimentos básicos.
O exército israelense confirmou sua responsabilidade pelo bombardeio e argumentou que foi um “ataque direcionado” contra o Hamas, alegando que o grupo “operava em um complexo” nas proximidades do hospital para “planejar e executar conspirações terroristas contra as forças e os cidadãos israelenses”.
As autoridades de Gaza, por sua vez, afirmam que o alvo do ataque era o fotojornalista palestino Hassan Asli, editor da agência de notícias Alam24, que foi morto no atentado junto com outra pessoa. De acordo com a MSF, o incidente também deixou outras doze pessoas feridas.