Para o MP-RJ a postura da empresa prejudica a investigação, que poderia ter tido resultado mais rápido caso os dados tivessem sido divulgados. O pedido do Ministério Público para ter acesso às informações já foi aceito por duas instâncias da Justiça, mas a empresa recorreu ao STF.
Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) acusa o Google de criar dificuldades nas investigações sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo dados aos quais o diário conservador carioca O Globo teve acesso, o MP acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a empresa.
De acordo com o jornal, o Ministério Público acionou o Supremo em ação que vai determinar se a empresa de tecnologia deve entregar dados sobre buscas relativas à vereadora dias antes do assassinato dela, em março de 2018. A empresa afirma que, ao prestar as informações, estaria realizando invasão de privacidade.
Entre os termos que teriam sido buscados entre os dias 10 e 14 de março estão termos como "agenda Marielle Franco"; "Casa das Pretas" (espaço onde ela estava antes de ser morta) e "rua dos Inválidos" (via onde fica a sede da Casa das Pretas). Marielle foi assasinada no dia 14 de março.
Tarefa de investigação
"Trata-se de pedido absolutamente restrito, e não genérico, ao contrário do que é afirmado pela Google, numa perspectiva absolutamente voltada ao acobertamento da tarefa de investigação e nítido propósito de prejudicar a análise do crime praticado", afirma o texto enviado pelo MP-RJ ao STF, ao qual O Globo teve acesso.
Para o MP-RJ a postura da empresa prejudica a investigação, que poderia ter tido resultado mais rápido caso os dados tivessem sido divulgados. O pedido do Ministério Público para ter acesso às informações já foi aceito por duas instâncias da Justiça, mas a empresa recorreu ao STF.
A reportagem do O Globo informa ainda que tentou contato com a empresa para resposta, mas não recebeu manifestação.