O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto pelo agente penal José da Rocha Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro, enquanto comemorava seu aniversário em uma festa com a temática petista. Guaranho invadiu o local em que a festa acontecia gritando palavras de apoio a Jair Bolsonaro (PL) antes de efetuar os disparos.
Por Redação - de Brasília
Vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão (Republicanos) tentou minimizar a gravidade do ataque feito pelo terrorista bolsonarista José da Rocha Guaranho, policial penal federal, que resultou no assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda durante sua festa aniversário com temática de apoio ao pré-candidato petista ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva. O crime aconteceu na noite de sábado, em Foz do Iguaçu (PR), e o vice-presidente considerou o episódio uma espécie de 'briga de bar'.
— Evento lamentável. Ocorre todo final de semana em todas as cidades do Brasil, de gente que provavelmente bebe e aí extravasa as coisas. Todas da área policial ali, um era guarda municipal, o outro era agente penal. Vejo de uma forma lamentável isso daí — disse Mourão, a jornalistas.
Mourão buscou reduzir o assassinato também afirmando que o caso não pode ser explorado politicamente.
— Não é preocupante. Não queira fazer exploração política disso daí. Vou repetir o que eu estou dizendo, e nós vamos fechar esse caixão. Para mim é um evento desses lamentáveis que ocorrem todo final de semana nas nossas cidades, de gente que briga e termina indo para o caminho de um matar o outro — acrescentou.
Javari
Questionado se o homicídio possuía ligação com o discurso de ódio promovido pela campanha de reeleição de Bolsonaro, o vice-presidente disse “não ter elementos para elencar dessa forma”.
O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto pelo agente penal José da Rocha Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro, enquanto comemorava seu aniversário em uma festa com a temática petista. Guaranho invadiu o local em que a festa acontecia gritando palavras de apoio a Jair Bolsonaro (PL) antes de efetuar os disparos. Ele também foi alvejado por Arruda e está internado em estado grave.
O argumento utilizado por Mourão — de que o crime estaria ligado ao consumo de álcool — já foi utilizado por ele para minimizar os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridos na região do Vale do Javari, na Amazônia, em junho, que repercutiram em nível mundial.
— Na minha avaliação (o crime) deve ter acontecido no domingo, domingo a turma bebe, se embriaga, mesma coisa que acontece aqui na periferia das grandes cidades. Aqui em Brasília a gente sabe, todo final de semana tem gente que é morta aí a facada, tiro, das maneiras mais covardes, normalmente fruto de que? Da bebida. Então a mesma coisa deve ter acontecido lá — repetiu Mourão, à época.
Bolsonaro
Na noite passada, ao se manifestar sobre o crime em Foz do Iguaçu, Bolsonaro pediu “que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis”. O presidente reproduziu mensagens de 2018, nas quais diz dispensar apoio de quem usa da violência contra os opositores, mas acusa a esquerda de historicamente recorrer a essa prática.
O presidente é constantemente criticado por estimular o clima de confronto no país, seja por questionamento às urnas eletrônicas e a instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou por declarações de hostilidade aos adversários políticos. No sábado, por exemplo, voltou a dizer que a campanha será uma “guerra do bem contra o mal”.
Outros presidenciáveis também se manifestaram. O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse que o ódio político precisa “ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas”.