Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Motorista de Porsche que matou motociclista é denunciado por homicídio

Arquivado em:
Sexta, 02 de Agosto de 2024 às 11:56, por: CdB

O crime, ocorrido na madrugada da segunda-feira, na Avenida Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, foi registrado por câmeras de segurança.

Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo

O Ministério Público de São Paulo denunciou, na quinta-feira, Igor Ferreira Sauceda, o motorista da Porsche que perseguiu e atropelou o motociclista Pedro Figueiredo em São Paulo, por homicídio doloso.

motorista.jpg
Denúncia contra Igor Ferreira Sauceda segue agora para apreciação da 3ª Vara do Júri da Capital

A denúncia assinada pela promotora Renata Cristina de Oliveira Mayer, do 3º Tribunal do Júri da Capital, é sigilosa, mas foi revelada pelo site UOL.

Mayer entendeu que o crime foi por “motivo fútil” porque o motorista do Porsche decidiu matar o motociclista após “se irritar” por ter o carro danificado durante uma colisão de trânsito.

Para a promotora, o crime foi praticado com emprego de meio cruel, uma vez que Igor “acelerou o carro” na direção da motocicleta, atropelou e arrastou Pedro por alguns metros “provocando atroz e desnecessário sofrimento à vítima, além de revelar brutalidade fora do comum”.

A promotora ainda afirma que Pedro foi atropelado por um veículo em alta velocidade e que atingiu primeiro a parte de trás da motocicleta, o que dificultou qualquer reação por parte da vítima.

A denúncia também pede que seja estipulada uma indenização monetária destina aos familiares de Pedro.

De acordo com o documento citado pelo site, a promotora não denunciou Igor pela lesão corporal da namorada, que estava no carro no momento do crime. A jovem sofreu ferimentos leves, nas optou por não representar judicialmente contra o companheiro.

Apesar de ter sido agredido por familiares da vítima que estavam no local, Igor também optou por não registrar o crime de lesão corporal. Ele tem seis meses para representar, medida necessária para abertura de um inquérito policial.

A denúncia apresentada pelo MP na quinta-feira segue agora para apreciação formal do juiz da 3ª Vara do Júri da Capital. O magistrado poderá receber a acusação, abrindo prazo para a defesa, ou arquivar o inquérito.

O crime, ocorrido na madrugada da segunda-feira, na Avenida Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, foi registrado por câmeras de segurança. Em imagens divulgadas, a motocicleta aparece completamente destruída após a colisão e o carro fica atravessado na avenida.

Em alta velocidade, as imagens flagraram o momento da batida entre o carro e a moto. O motorista saí normalmente do veículo.

”Você matou o cara da moto por causa do retrovisor do seu carro”, disseram populares ao suspeito.

O acidente teria ocorrido após uma briga de trânsito. O motorista nega que tenha havido uma discussão.

Na delegacia, Igor declarou que teve o retrovisor quebrado por Pedro Kaique. Em depoimento, o empresário disse que o motociclista estava na sua frente, mas mudou de faixa “abruptamente”. Ele explicou que tentou evitar a colisão torcendo o volante para a direita, mas que não conseguiu e atingiu a parte traseira da moto.

“Momento de fúria”

Para a polícia, Igor teve um “momento de fúria” e acelerou o carro, causando o acidente.

A Porsche usada no suposto crime tem débitos em aberto de mais de 24 mil reais referentes ao IPVA de 2024. Dias antes do atropelamento, o mesmo veículo foi gravado “perseguindo” o carro de ex-sócios dele. O vídeo da perseguição foi feito na madrugada do dia 20 de julho.

Na terça-feira, a Justiça converteu a prisão em flagrante do motorista do carro de luxo em preventiva.

Para a juíza Vivian Brenner de Oliveira, ele teve conduta “delitiva de acentuada gravidade e periculosidade”.

– As imagens são claras e demonstraram que o indiciado utilizou o seu veículo como uma verdadeira arma, perseguiu a vítima e a atingiu – afirmou a magistrada naquela ocasião.

 

Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo