Rio de Janeiro, 20 de Maio de 2025

Morre Virginia Giuffre, mulher que acusou príncipe Andrew de abuso sexual

Virginia Giuffre, conhecida por suas denúncias contra o príncipe Andrew e Jeffrey Epstein, faleceu aos 41 anos. Sua luta contra o abuso sexual inspirou muitos.

Sábado, 26 de Abril de 2025 às 11:09, por: CdB

Virginia Giuffre, que acusou o príncipe britânico Andrew de abuso sexual, num escândalo que envolveu o bilionário norte-americano Jeffrey Epstein, se suicidou, aos 41 anos, segundo comunicado da família.

Por Redação, com DW – de Neergabby, na Austrália

A advogada Virginia Giuffre, vítima de tráfico sexual por Jeffrey Epstein e uma das vozes mais combativas contra esquema de abuso comandado pelo bilionário norte-americano, morreu na quinta-feira, em Neergabby, na Austrália, aos 41 anos. Segundo comunicado divulgado por familiares na sexta, ela cometeu suicídio.

Morre Virginia Giuffre, mulher que acusou príncipe Andrew de abuso sexual | Virginia Giuffre foi uma das primeiras vítimas de Jeffrey Epstein a denunciar o esquema e a mostrar sua identidade
Virginia Giuffre foi uma das primeiras vítimas de Jeffrey Epstein a denunciar o esquema e a mostrar sua identidade

Nascida em Sacramento, capital do Estado da Califórnia (EUA), ela denunciou ter sido “passada como uma bandeja de frutas” quando adolescente para predadores sexuais ricos e poderosos, incluindo o príncipe Andrew da Grã-Bretanha, segundo filho da rainha Elizabeth II e irmão mais novo do rei Charles III.

Após denúncia de Giuffre, em 2019, Epstein foi preso por tráfico sexual e conspiração por induzir meninas adolescentes a se prostituirem. Um mês depois, foi encontrado enforcado em sua cela. Sua morte, aos 66 anos, foi considerada suicídio.

“Virginia foi uma brava guerreira na luta contra o abuso e tráfico sexual. Ela era uma luz que ajudou muitos sobreviventes”, diz comunicado divulgado pela família. “No final, o preço do abuso foi tão pesado que se tornou insuportável para Virginia carregá-lo.”

O depoimento de Giuffre também foi fundamental na investigação que levou à sentença de 20 anos de prisão contra Ghislaine Maxwell. Filha do magnata da mídia britânia Robert Maxwell, ela era braço direito e então namorada de Epstein e foi considerada culpada em cinco acusações relacionadas a tráfico sexual de menores de idade.

– Quero deixar uma coisa bem clara. Jeffrey Epstein é um pedófilo terrível, sem dúvida, mas eu nunca o teria conhecido se não fosse por você – disse Giuffre em comunicado no dia da condenação de Maxwell, em 2021.

Denúncia

Em sua denúncia, Giuffre afirmou que Epstein a forçou a fazer sexo com o príncipe Andrew em pelo menos três ocasiões quando ela tinha 17 anos, e ele, 41. Ela teria recebido em troca US$ 15 mil.

Apesar de ter colocado panos quentes no assunto, o Palácio de Buckingham destituiu Andrew de seus deveres militares e de seu título real. Posteriormente, ele reconheceu que Epstein “traficou inúmeras meninas durante muitos anos”.

“Ela [Giuffre] foi coagida por ameaças expressas ou implícitas, por Epstein, Maxwell e/ou príncipe Andrew, a ter relações sexuais com o príncipe Andrew, e temia a morte ou lesões físicas, para ela mesma ou para outra pessoa, e outras repercussões por desobedecer Epstein, Maxwell e príncipe Andrew por suas conexões poderosas, riqueza e autoridade”, dizia a denúncia, que incluía uma foto do membro da família real britânica abraçando Giuffre enquanto Maxwell sorria para a câmera no fundo da imagem.

No fim de março, Giuffre escreveu um post no Instagram dizendo que estava a dias de morrer de insuficiência renal depois de ter sido ferida em um acidente com um ônibus escolar, mas não há informações se esse incidente teve relação com a sua morte.

Edições digital e impressa