“Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”, escreveu Dino em uma rede social. “De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete (…) Não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem”, acrescentou.
Por Redação, com RBA - de Brasília
Após ser exposto por supostamente desencaminhar bens confiscados pela ‘Operação Lava Jato’, o ex-juiz parcial e incompetente, hoje senador Sergio Moro (União-PR), articulado com setores da mídia conservadora, aposta na estratégia bolsonarista de disseminar notícias falsas em seu benefício. É fato que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou ausência de controle dos bens apreendidos na operação. A apuração aponta, ainda, “gestão caótica” de Moro no controle dos valores apreendidos.
Poucos minutos após a divulgação destes fatos no noticiário nacional, o diário conservador paulistano O Estado de S.Paulo (OESP), de extrema direita, divulgou ataques sem fundamentos ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ato contínuo, os comentários do senador sobre o caso.
A matéria acusa o ministro Dino de participar de reunião com “integrante do CV”, em alusão ao Comando Vermelho, facção criminosa fluminense. A realidade, porém, não demorou para vir à tona. Primeiramente, a reportagem com as ilações afirma que houve reunião entre Dino e Janira Rocha, supostamente esposa de um líder da facção, mas era mentira. Tal reunião nunca aconteceu.
Vizinho
“Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”, escreveu Dino em uma rede social. “De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete (…) Não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem”, acrescentou.
Estranhamente, a notícia enganosa, comentada por Moro, que disse que “o crime se sente bem no governo Lula”, surgiu pouco tempo após escândalo real que envolve o bolsonarista. Em nota na coluna que mantém no diário conservador carioca ‘O Globo’, o jornalista Lauro Jardim havia antecipado a apuração do CNJ, poucos minutos antes das 6h de domingo. Às 13h34 da véspera, o OESP aparece com a suposta “bomba”.
Contudo, o que não é desinformação é a apuração do CNJ que evidencia mais estragos da Lava Jato, incluindo um desgaste do Judiciário diante de seu papel fundamental na sociedade. O estudo do CNJ encontra eco em apuração do Tribunal de Contas da União (TCU). Em setembro, o ministro Bruno Dantas chegou à mesma conclusão.
Perseguição
“O que está acontecendo é a transferência de patrimônio do Estado brasileiro para a gestão de agentes da lei. É disso que nós estamos tratando”, escreveu Dantas.
Em resposta, Moro disse ser alvo de perseguição.
“O que vemos é a corregedoria do CNJ atuando de uma maneira bastante discutível. Isso é plantação de notícias na imprensa”, disse, ao acusar a mídia de atuar exatamente da forma oposta da realidade. Ele concluiu, em entrevista à rádio de extrema direita Jovem Pan, que “há clima de perseguição no Judiciário”.