Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

Moraes aponta ‘gabinete do ódio’ como origem de ato terrorista

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Quinta, 14 de Novembro de 2024 às 21:17, por: CdB

Ao citar o ‘gabinete do ódio’, Moraes referiu-se ao núcleo de auxiliares e assessores de Bolsonaro que, segundo as investigações da Polícia Federal (PL), teria o objetivo de disseminar o discurso de ódio.

Por Redação – de Brasília

O atentado terrorista ocorrido na noite passada, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), para o ministro da Corte Alexandre de Moraes, teve origem na polarização política instalada no país nos últimos anos; alimentada pelo “gabinete do ódio”, montado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

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O ministro Alexandre de Moraes aponta a ação do ‘Gabinete do ódio’

— O que o ocorreu ontem não é fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado, mas, no contexto, é algo que se iniciou lá atrás, com o famoso ‘gabinete do ódio’ destilando discursos de ódio contra instituições, Judiciário e, principalmente, o STF. Contra as pessoas dos ministros do STF e os familiares de cada um dos seus ministros. Isso foi se avolumando, agigantando, aumentando o descrédito nas instituições, resultando no 8 de janeiro — disse o ministro, nesta manhã.

Ao citar o ‘gabinete do ódio’, Moraes referiu-se ao núcleo de auxiliares e assessores de Bolsonaro que, segundo as investigações da Polícia Federal (PL), teria o objetivo de disseminar o discurso de ódio, as notícias falsas e os ataques a adversários durante a gestão do ex-mandatário neofascista.

 

Redes sociais

De acordo com Moraes, o atentado a bomba cometido pelo ex-candidato pelo PL ao cargo de vereador do município de Rio do Sul (SC) Francisco Wanderley Luiz (Tiü França) reforça a necessidade de eliminar qualquer possibilidade de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, bem como a necessidade de regulamentação das redes sociais.

As afirmações foram feitas nesta manhã durante uma sessão ordinária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o ministro, é também necessária a união de todas autoridades não apenas em defesa da democracia, mas pela responsabilização total de todos aqueles que atentaram contra a democracia.

— A impunidade destes gera eventos como o de ontem. A impunidade vai gerar mais impunidade — acrescentou.

 

Regulamentação

Moraes também opinou pela regulamentação das redes sociais.

— Não se pode ter esse envenenamento constante feito pelas redes sociais, para podermos pacificar o país, sem criminosos atentando contra a democracia — pontuou.

O ministro reiterou que muitas das pessoas manipuladas distorcem o conceito de liberdade de expressão, estimuladas por motivações políticas, e que cometem crimes a partir disso.

— Em nenhum lugar do mundo ameaçar, coagir é liberdade de expressão — refletiu.

 

Anistia

Moraes acrescentou que o atentado foi uma demonstração de que a pacificação do país só será possível a partir da responsabilização de todos os criminosos e que, portanto, não há possibilidade de pacificação com anistia.

— Todos sabem que criminoso anistiado é criminoso impune e que a impunidade vai gerar mais criminalidade, como ocorreu ontem com uma tentativa de explodir o STF. Várias pessoas foram instigadas a agredir e atacar (as instituições), a tal ponto que hoje se utilizam bombas para isso. Tirando o 8 de Janeiro, talvez este seja o atentado mais grave contra o STF — resumiu, após afirmar que a intenção inicial de Francisco Wanderley Luiz era a de explodir o artefato no interior do Tribunal.

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