Associações militares de baixa patente entram na mira da Advocacia-Geral da União por reivindicarem direitos alterados após aprovação de texto da Reforma da Previdência. Para representantes, Bolsonaro foi eleito com a ajuda desse grupo e agora quer tirar seus direitos.
Por Redação, com Sputnik - de Brasília
Associações militares de baixa patente entram na mira da Advocacia-Geral da União por reivindicarem direitos alterados após aprovação de texto da Reforma da Previdência. Para representantes, Bolsonaro foi eleito com a ajuda desse grupo e agora quer tirar seus direitos.
"Ilegalidade"
Em ao menos um caso, a AGU posicionou-se diretamente à Receita Federal pela "ilegalidade" e "inconstitucionalidade" da Associação de Militares das Forças Armadas do Estado de São Paulo (AMFAESP). A Receita acatou a reclamação e anulou o CNPJ da instituição, sem passar por processo judicial.
– Na última quarta-feira, chegou aviso pelo correio, um absurdo. Não tivemos oportunidade de defesa, não sei como isso ocorreu – questionou Calebe Almeida de Jesus, presidente da AMFAESP.
Em um outro documento, datado de 10 de junho deste ano, ao qual a mídia diz ter tido acesso, o MPM determina ao comandante da 2ª Região Militar que instaure IPM para "apurar notícia da eventual prática de crimes militares", em razão de notícia encaminhada pela AGU.
"A atuação de entidades representativas de militares poderia estar relacionada à prática de crimes contra a autoridade militar, a exemplo do delito de incitamento (...) sem prejuízo de outros eventuais delitos", diz uma parte do texto.
Entretanto, o diretor de comunicação da Federação Nacional dos Graduados Inativos das Forças Armadas, Márcio Rodrigues, afirma que alguns colegas temem que, depois de investir contra associações, o governo reprima os indivíduos.
– É uma ação persecutória, de cerceamento de manifestação política. Se manifestar politicamente não constitui ato sindical. Basta ver que o Clube Militar constantemente emite notas políticas, inclusive contra a democracia, e a AGU nunca tomou uma medida – disse Rodrigues.
Para Farias, a AGU "deixou o tempo passar para fazer a represália" e que o seu objetivo é "cancelar o CNPJ das entidades, como fizeram com AMFAESP".