Os ministros do Mercosul e da União Europeia, já nas etapas finais, foram convocados e permaneceram reunidos, na capital belga. O acordo entre Mercosul e União Europeia se estabelece como o segundo maior tratado assinado pelos europeus.
Por Redação, com agências internacionais - de Bruxelas
O acordo negociado há 20 anos entre o Mercosul e a União Europeia foi finalizado nesta sexta-feira, segundo confirmou, oficialmente, o Ministério da Economia e o Ministério da Agricultura. O tratado, que compreende bens, serviços, investimentos e compras governamentais, chegou à forma final na última rodada de negociações, iniciada há uma semana, por técnicos de ambos os blocos.
De acordo com estimativas do Ministério da Economia, o acordo “representará um incremento do PIB brasileiro de US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões”. Os ministros do Mercosul e da União Europeia, já nas etapas finais, foram convocados e permaneceram reunidos, na capital belga. Nesta manhã, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reuniu-se com Vytenis Andriukaitis, responsável pela Direção-Geral de Saúde e Segurança dos Alimentos.
O acordo entre Mercosul e União Europeia se estabelece como o segundo maior tratado assinado pelos europeus - perde apenas para o firmado com o Japão, segundo integrantes do bloco - e o mais ambicioso já firmado pelo Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Acerto
O acordo permitirá que a maior parte dos produtos seja comercializada entre os blocos com tarifa zero. Haverá um calendário para que isso ocorra. Os europeus eliminarão mais rapidamente as tarifas, mas vão manter cotas de importação em alguns produtos agrícolas.
Para o Mercosul, pode levar uma década para que boa parte das alíquotas seja zerada. As conversas para o acordo foram lançadas em junho de 1999. Uma troca de ofertas chegou a ser feita em 2004, mas decepcionou os dois lados e as discussões foram logo interrompidas.
Em 2010, as negociações foram retomadas. Desde então, houve idas e vindas com momentos de resistências tanto do lado do Mercosul quanto do lado da União Europeia. Em 2016, os dois blocos voltaram a trocar propostas e, neste ano, havia a percepção de que faltava muito pouco para um acerto.
Acordo
Para a rodada final, o governo brasileiro enviou a Bruxelas o chanceler Ernesto Araújo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.
O ambiente era de otimismo e o Brasil se preparava para anunciar um desfecho favorável já na noite passada. Mas muitos detalhes referentes ao setor agrícola ainda não tinham sido resolvidos, segundo uma fonte próxima às conversas que correm na Bélgica.
O clima pesou em diversos momentos e houve tensão entre os negociadores, relatou essa fonte à agência inglesa de notícias Reuters. Ao longo desta sexta, porém, foi possível alcançar um consenso e anunciar o acordo.