May obteve o apoio de 200 membros do Partido Conservador no Parlamento e foi rejeitada por 117 em uma votação secreta que aprofundou as divisões poucas semanas antes de necessitar do endosso da legislação para o pacto para evitar uma desfiliação desordenada da UE.
Por Redação, com Reuters - de Bruxelas
A enfraquecida primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chegou a Bruxelas nesta quinta-feira para cortejar a ajuda de líderes europeus depois de sobreviver a um motim parlamentar que expôs o impasse a respeito do Brexit.
– Precisamos fazer esse acordo passar – disse ela aos repórteres no início da cúpula de dois dias, acrescentando que “ouviu em alto e bom som” as preocupações dos rebeldes de seu partido, que tentaram depô-la em reação ao pacto de separação britânica da União Europeia que ela acertou com os líderes no mês passado.
– Não espero um avanço imediato – disse May, que mesmo assim falará aos outros líderes sobre as “garantias legais e políticas” de que os céticos de sua sigla precisam, especialmente no tocante ao risco de uma solução emergencial para a fronteira irlandesa se tornar permanente.
Líderes da UE descartaram qualquer renegociação do pacote do mês passado, concebido para encaminhar a desfiliação do Reino Unido do bloco em março, mas o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, abraçou May calorosamente na entrada da cúpula e disse: “Eu, realmente, quero ajudá-la.”
UE
Mas ao ser instado a opinar se a UE deixará Londres se separar caoticamente sem um acordo, Bettel respondeu que não há como renegociar e insistiu: “O Brexit foi escolha do Reino Unido.”
Ele acrescentou, no entanto, que em vez do caos da ausência de um acordo preferiria que os britânicos revertessem o referendo de 2016 sobre o Brexit.
May obteve o apoio de 200 membros do Partido Conservador no Parlamento e foi rejeitada por 117 em uma votação secreta que aprofundou as divisões poucas semanas antes de necessitar do endosso da legislação para o pacto para evitar uma desfiliação desordenada da UE.
O Brexit, a decisão mais importante que o Reino Unido tomou em décadas, polarizou a nação e moldará o futuro de sua economia de US$ 2,8 trilhões, incluindo o status de Londres como polo financeiro.
Os pró-europeus temem que o rompimento enfraqueça o Ocidente, já em dificuldades para assimilar o poder de Rússia e China, além da presidência imprevisível do norte-americano Donald Trump. Os apoiadores do Brexit o retratam como o descarte de um projeto europeu liderado pela Alemanha que perde força.
O apoio imediato dos líderes europeus parece improvável. Um esboço de comunicado da UE disse que eles estão meramente “dispostos a examinar” se é possível oferecer garantias adicionais.
O documento de seis pontos do bloco disse que quaisquer garantias não “mudariam ou contradiriam” o acordo de retirada vinculante acertado em novembro depois de dois anos de negociações.