Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Maduro acusa CIA de planejar golpe na Venezuela

Nicolás Maduro denuncia operações secretas da CIA na Venezuela, após Trump autorizar ações em solo venezuelano. Entenda a crise política e militar.

Quinta, 16 de Outubro de 2025 às 11:25, por: CdB

A declaração foi feita poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que havia autorizado operações secretas em solo venezuelano.

Por Redação, com ANSA – de Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou na quarta-feira o que classificou como “golpes de Estado orquestrados pela Agência Central de Inteligência (CIA)”.

Maduro acusa CIA de planejar golpe na Venezuela | Maduro acusou EUA de querer impor mudança de regime
Maduro acusou EUA de querer impor mudança de regime

A declaração foi feita poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que havia autorizado operações secretas em solo venezuelano por parte da agência de inteligência norte-americana, com o objetivo de combater cartéis de drogas no país sul-americano.

Apesar disso, o republicano não confirmou se os agentes da CIA receberam autorização para eliminar Maduro. O líder venezuelano, por sua vez, aproveitou um discurso em um comitê criado após o envio de navios de guerra americanos ao Caribe — sob o pretexto de uma “operação antidrogas” — para criticar a postura dos EUA de forma indireta.

– Chega de golpe da CIA. Não à mudança de regime, que tanto nos lembra das guerras eternas e fracassadas no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e assim por diante –  declarou o líder venezuelano.

Maduro também ressaltou que o povo venezuelano rejeita qualquer tentativa de intervenção externa e criticou duramente opositores exilados, além de condenar as ameaças vindas de Washington.

– É uma covardia não dar a cara, se esconder em Miami e pedir para bombardear ou atacar militarmente uma pátria de gente nobre, que só trabalha e vive em paz, como a Venezuela – enfatizou.

Exercícios militares

Além disso, Maduro ordenou a realização de exercícios militares nos Estados de Táchira, Apure e Amazonas, que fazem fronteira com a Colômbia. “Ativaremos toda a força militar de defesa global, a defesa popular e a defesa policial”, anunciou em uma mensagem de áudio divulgada pelo Telegram.

Segundo ele, a mobilização faz parte da “Operação Independência 200”, criada com o objetivo de reforçar a defesa nacional.

Enquanto Washington acusa o governo de Maduro de liderar uma vasta rede de narcotráfico com destino aos Estados Unidos, Caracas afirma que o governo Trump utiliza o combate ao tráfico como pretexto para impor uma mudança de regime e se apoderar das vastas reservas de petróleo venezuelanas.

Denúncia 

Nesta quinta-feira, o governo da Venezuela anunciou que apresentou uma denúncia formal ao Conselho de Segurança da ONU e ao secretário-geral António Guterres, acusando os Estados Unidos de promover operações secretas da CIA em território venezuelano.

De acordo com comunicado oficial divulgado por Caracas, a ação norte-americana representa uma ameaça direta à soberania do país e pode provocar uma escalada militar no Caribe. “Medidas urgentes devem ser tomadas para impedir o agravamento do conflito”, afirma o texto.

Caracas classificou os pronunciamentos de Trump como “belicosos e extravagantes”, acusando Washington de tentar “legitimar uma operação de mudança de regime”, com o objetivo final de tomar o controle dos recursos petrolíferos do país.

“A comunidade internacional deve entender que a impunidade por esses atos terá consequências políticas perigosas que devem ser interrompidas imediatamente”, acrescenta o governo venezuelano.

A denúncia reforça a já tensa relação diplomática entre Caracas e Washington, que se agravou nos últimos anos com sanções econômicas, acusações mútuas de ingerência e tentativas de isolamento político.

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