Deputados da oposição francesa de esquerda haviam pedido no final de fevereiro ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que nos próximos Jogos “aplique a Israel (…) as mesmas sanções que à Rússia e Belarus”, país aliado de Moscou.
Por Redação, com CartaCapital e ANSA - de Paris
O presidente francês, Emmanuel Macron, justificou nesta segunda-feira o tratamento diferenciado aplicado para a Rússia, excluída da competição como nação por ter optado por “uma guerra agressiva” na Ucrânia, e de Israel, cuja bandeira estará presente por não ser o país agressor, durante os Jogos Olímpicos de Paris-2024.
– Há uma situação muito diferente entre Rússia e Israel – afirmou Macron em uma entrevista para o canal BFM TV e a rádio RMC.
Deputados da oposição francesa de esquerda haviam pedido no final de fevereiro ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que nos próximos Jogos “aplique a Israel (…) as mesmas sanções que à Rússia e Belarus”, país aliado de Moscou.
– Israel foi vítima de um ataque terrorista – defendeu Macron. “Podemos discordar de Israel sobre a maneira em que responde e se protege, mas não podemos dizer que Israel é um agressor. Há uma clara diferença”.
– Por esse motivo, a bandeira israelense estará presente. Suas atletas também e espero que sejam vetores da paz, já que deverão competir com muitos participantes da região – acrescentou.
Devido à ofensiva russa na Ucrânia, o COI decidiu proibir a presença da Rússia nos Jogos de Paris-2024 e permitirá apenas que os atletas russos participem de provas individuais sob bandeira neutra.
Em contraste, este órgão olímpico, que reconhece o comitê olímpico israelense e o palestino, mantém uma posição mais distante em relação ao conflito em Gaza.
França diz ter planos B e C para abertura das Olimpíadas
Faltando 100 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Paris, o presidente da França, Emmanuel Macron, revelou os planos alternativos para a cerimônia de abertura do megaevento esportivo em caso de ameaça terrorista.
A cerimônia está prevista para acontecer em 26 de julho no rio Sena, no coração da capital francesa, mas se houver um grande risco para a segurança do público e das delegações, o evento será "limitado ao Trocadero" ou acontecerá no "Stade de France".
– Será uma cerimônia de abertura inédita no mundo, podemos e vamos fazê-la. Temos planos B e C em paralelo, mas iremos realizar uma análise em tempo real [dos riscos]. Se há um lugar onde os seus filhos estarão seguros, esse lugar é lá – disse o mandatário em entrevista ao BFMTC e RMC.
Macron já havia mencionado a possibilidade de ocorrer uma mudança do local da abertura das Olimpíadas, mas essa foi a primeira vez que o presidente deu mais detalhes publicamente sobre esses planos.
– Teremos os serviços de informação e inteligência totalmente mobilizados e vamos estabelecer todo um perímetro de segurança em torno da cerimônia com dias ou semanas de antecedência. As forças policiais serão mobilizadas a um nível excepcional. Caso julgarmos que há riscos, temos cenários de back-up – analisou o chefe de Estado.
O tiroteio na casa de shows Crocus City Hall, que ocorreu na Rússia e foi reivindicado pelo Estado Islâmico, elevou o nível de alerta para atentados terroristas em território francês. A DGSI, a agência de Inteligência da nação, garantiu que é alto os riscos de ataques.
Ao que tudo indica, a cerimônia de abertura dos Jogos de 2024 receberão por volta de 320 mil pessoas, número bem abaixo dos 500 mil aguardados anteriormente.