Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Lula reafirma apoio do Brasil contrário à independência de Taiwan

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Quinta, 18 de Janeiro de 2024 às 18:41, por: CdB

A reunião ocorre quase um ano após o petista, acompanhado de uma grande comitiva, visitar o país asiático e reunir-se com o líder chinês, Xi Jinping. Na ocasião, seu objetivo era remendar os laços com Pequim após os conflitos entre os dois países durante os anos Jair Bolsonaro (PL).


Por Redação - de Brasília

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou agenda nesta sexta-feira, em Fortaleza, com o principal nome da diplomacia da China, o ministro de Relações Exteriores, Wang Yi.

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O chanceler Wang Yi alerta o Ocidente para não intervir na questão de Taiwan


A reunião ocorre quase um ano após o petista, acompanhado de uma grande comitiva, visitar o país asiático e reunir-se com o líder chinês, Xi Jinping. Na ocasião, seu objetivo era remendar os laços com Pequim após os conflitos entre os dois países durante os anos Jair Bolsonaro (PL).

Na prática, Lula reitera o apoio do Brasil ao princípio de "uma só China", que exige que países que estabelecem relações diplomáticas com o gigante asiático não reconheçam Taiwan como um Estado independente.

 

Futuro


A ilha, considerada uma província rebelde por Pequim, elegeu no último fim de semana um presidente ainda mais antirregime. Wang, aliás, foi o autor de uma das falas mais duras em relação às ambições separatistas de Taipé enquanto corria a votação. No Egito, onde encontrou-se com o mandatário Abdel Fattah al-Sisi, o ministro chinês disse que Taiwan nunca foi um país.

— Não foi no passado e certamente não será no futuro — afirmou.

O pleito contribuiu para aumentar as tensões no estreito que separa o território do continente. Na véspera, por exemplo, o Ministério de Defesa taiwanês afirmou ter detectado pelo menos 18 jatos da Força Aérea chinesa realizando exercícios em conjunto com navios de guerra ao redor da ilha — a primeira atividade militar em larga escala que Pequim promove na região depois do pleito.

A viagem oficial de dois dias do chanceler Wang ao Brasil tem como objetivo estreitar as relações entre os dois países. O governo Lula trata a reaproximação com Pequim iniciada com sua visita no ano passado como um "relançamento das relações sino-brasileiras”.

 

Princípio


Interlocutores no Planalto afirmam que a gestão petista pretende elevar os elos para "outro patamar". E dizem acreditar que há a mesma disposição do lado de Pequim, tanto que Brasília foi incluída no primeiro circuito internacional de Wang este ano.

A posição brasileira em favor do princípio de "uma só China" é histórica, mas ressaltá-la carrega um importante componente diplomático. Brasília enfatizou-a, por exemplo, em nota assinada com Pequim e divulgada durante a viagem de Lula à China, em abril do ano passado.

"A parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de uma só China, e que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos Estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito", afirma trecho da declaração conjunta.

 

Mauro Vieira


No Brasil, Wang participará de uma série de agendas antes de encontrar o presidente, na capital cearense. Ele terá, por exemplo, reuniões com o chanceler Mauro Vieira e com o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, ao lado de quem presidirá a quarta reunião do diálogo estratégico global Brasil-China.

A expectativa é que o encontro discuta temas relacionados às relações entre os dois países e também multilaterais e regionais. Haverá um enfoque especial para a presidência brasileira do G20, já que o governo Lula pretende aproveitar o fórum para discutir a reforma da governança global, em particular de organizações econômicas como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Um dos pontos centrais da discussão será o papel do BRICS recém-expandido na geopolítica mundial. Durante a viagem à China no ano passado, Lula voltou a propor que a moeda chinesa seja utilizada com mais frequência no comércio mundial. O petista também defendeu usar o banco do BRICS, hoje presidido por Dilma Rousseff, para reduzir a influência do dólar.

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